8 de julho de 2025

Prefeito de Teresina exonera diretor-geral do Hospital do Buenos Aires

Kelvyn Coutinho

Publicado em 06/12/2022 19:47

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Hospital Geral dos Buenos Aires. (Foto: Reprodução/Rede Clube)

Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br

O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos), exonerou o diretor-geral do Hospital Geral do Buenos Aires, localizado na zona Norte da capital, e pretende anunciar o novo ocupante do cargo em breve. A exoneração aconteceu após o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizar a interdição ética da unidade de saúde, onde também é investigada a morte de um bebê.

De acordo com o CRM-PI, uma fiscalização realizada no hospital apontou problemas que arriscam o tratamento de pacientes no local e comprometem a prestação de serviços médicos.

Entre os problemas encontrados pelo CRM no Hospital do Buenos Aires, estão:

– ausência frequente de soro fisiológico levando a transferências de pacientes, falta de administração e medicações que dependem da solução;

– tratamento inadequado de pacientes (necessidade de volume para tratamento eficaz sem realização por falta da solução), falta de tubo orotraqueais em estoque tamanho 7.5 e 8.0 (os mais usados em adultos);

– ausência de algumas medicações analgésicas e antibióticos, escala de neonatologia incompleta comprometendo a segurança dos recém-nascidos da maternidade, aparelhos de fototerapia antigos e com baixa eficiência;

– falta de luvas de procedimento em tamanho pequeno e médio.

Em entrevista à TV Clube, o prefeito Dr. Pessoa anunciou ainda outras mudanças na gestão da rede municipal de saúde para conter a crise que se instaurou no setor.

“O diretor do HUT já é outro. O diretor financeiro já foi mudado. A RH da fundação também mudada. Essas mudanças já estão acontecendo há dias e até há meses. Agora, por esses episódios que apareceram, que o prefeito não tinha conhecimento, é que vamos dar continuidade nas mudanças”, afirmou.

PRESIDENTE DA FMS PEDIU EXONERAÇÃO

Gilberto Albuquerque, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), pediu exoneração do cargo nesta terça-feira (6). Segundo o gestor, há falta de recursos para manter os serviços de saúde e necessidade de mudança na chefia do órgão. A Prefeitura de Teresina ainda não anunciou um possível substituto para a posição.

A exoneração de Gilberto deve sair nos próximos dias no Diário Oficial. Ele afirma que a luta contra a Covid desde 2020 foi muito intensa e “muitas dificuldades foram ultrapassadas, mas agora enfrentamos uma situação financeira muito séria. Então, temos dificuldade em manter o exercício com os recursos que temos hoje”.

“Eu acho que está na hora de mudar. A Fundação já mudou sua diretoria toda, agora falta mudar só a presidência. Então, vamos concluir essa mudança da presidência”, completou Gilberto.

O prefeito de Teresina comentou à TV Clube que o presidente da FMS não teria entregue o cargo, apenas disse que “não queria ser empecilho” para eventuais mudanças que o Palácio da Cidade poderia fazer na gestão da saúde. Alguns nomes já estão sendo sondados para substituir Gilberto Albuquerque, como o diretor-geral do Hospital Universitário da UFPI, Paulo Márcio.

CÂMARA FAZ AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR CRISE NA SAÚDE

Nesta terça-feira (6), a Câmara Municipal de Teresina realizou uma audiência pública para discutir a crise na saúde pública no município. A reunião teve a presença de entidades médicas, como o Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) e o CRM-PI.

Os vereadores deram detalhes do que classificam como uma crise administrativa e financeira. O vereador Leonardo Eulálio (PL) afirmou que realizou um levantamento e a dívida atual da Fundação Municipal da Saúde (FMS) com os fornecedores de insumos e medicamentos em Teresina chega a R$ 10 milhões, e que, por conta disso, algumas empresas não estão mais realizando a entrega de medicamentos que estão em falta nas Unidades Básicas de Saúde.

“Nós temos que saber agora em que situação está a FMS em relação às suas finanças, à própria administração, o que está acontecendo para chegar ao ponto do fechamento do Hospital e da Maternidade do Buenos Aires. A Câmara tem o poder de chamar aqui, em audiência pública, o secretário e representantes dos profissionais da saúde. A população está desassistida tanto na atenção básica – representada pelas 92 Unidades Básicas de Saúde do município, todas com queixas de falta de medicamentos e algumas até de falta de profissionais – como na atenção especializada – representada pelos hospitais”, comentou o vereador Luiz Lobão (MDB), ex-gestor da FMS.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.

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