7 de julho de 2025

Ambientalista denuncia uso irregular de aterro sanitário em Teresina

Thálef Santos

Publicado em 05/01/2023 16:50

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Foto: Rede Clube

Ambientalistas pedem o cancelamento da licença de funcionamento de um aterro sanitário de Teresina. Eles apontam que o espaço está sendo usado de forma irregular. O pedido da Fundação Velho Moge e a Associação de Engenheiros Ambientais e Sanitaristas do Piauí foi encaminhado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

O aterro é contestado há muito tempo por diversas irregularidades, mas a Prefeitura de Teresina conseguiu uma renovação da licença desde dezembro de 2021, até dezembro de 2025. Porém, a licença impõe algumas condições para o funcionamento e o não cumprimento de alguns destes pontos que os ambientalistas reclamam.

Entre as irregularidades apontadas está o item número um: a finalização da recuperação ambiental da célula um. A área ainda é utilizada, mesmo com a medida. O item quatro também não foi cumprido: foi dado um prazo de 180 dias para que seja apresentado um plano de afastamento dos catadores da região.

O ambientalista Dionísio Carvalho afirma que os catadores deveriam ter uma forma digna de trabalho. Após um ano de renovação da licença, o plano ainda não foi apresentado. Além disso, outro ponto grave levantado é a falta de tratamento adequado do chorume, ponto constatado pelo Conselho Regional de Química em maio de 2022.

Mau cheiro

O relatório do conselho apontava problemas como a ausência de bacias de contenção na área dos tanques, falta de impermeabilização do piso e vazamentos nas contenções das lagoas. “O chorume produzido aumenta a cada dia com o aumento de lixo na célula um e a célula dois não está operando da forma correta também”, ressalta o ambientalista.

Moradores da região, nos bairros Parque Sul e Santo Antônio, por exemplo, reclamam do mau cheiro constante. O empresário Edimilson Barbosa tem um frigorífico na região e fala sobre os problemas que passa. “Mau cheiro, muita mosca e nesse período aumenta mais, período de chuva. Se o lixão fosse retirado daqui seria uma maravilha”, disse.

O médico infectologista Nayro Ferreira explica que o lixo acumulado pode causar doenças. “Essas doenças vão desde infecções simples de pele, até infecções graves como as pulmonares por inalação de gases tóxicos, as sanguíneas com micro-organismos, e do trato digestivo pelo consumo de alimentos estragados”, afirma.

O que diz a Prefeitura 

Sobre as denúncias, a Secretaria Municipal de desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), responsável pelo aterro sanitário, se posicionou por nota e informou que não recebeu nenhuma reclamação, além de não identificar mau cheiro nas imediações.

A Secretaria afirma ainda que o tratamento de resíduos no local é adequado e que nesse período do ano há um acréscimo na geração de chorume, mas que o tratamento e uso continuam conforme as exigências legais.

Sobre a presença de catadores, a Semduh destacou que o problema é social e, portanto, deve ser considerado e resolvido pelos órgãos competentes.

Foto: Rede Clube

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