Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
A intensa onda de calor e os inúmeros incêndios ocorridos na vegetação do Estado em 2022 revelam o quanto é necessário educar, alertar e conscientizar os cidadãos sobre a preservação ambiental.
Para lembrar que é dever de toda a sociedade proteger o meio ambiente, a Organização das Nações Unidas (ONU) consolidou o dia 26 de janeiro como o Dia Mundial da Educação Ambiental.
Sobre esta pauta, o Portal ClubeNews entrevistou o professor especialista em Direito Ambiental, Carlos Alberto Andrade, para entender o conceito, a origem e a importância dessa expressão.
CONCEITO E ORIGEM DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A ONU estabeleceu o Dia Mundial da Educação Ambiental por meio da Carta de Belgrado, elaborada em 1975, na antiga Iugoslávia. No entanto, o termo foi ouvido pela primeira vez na década de 1960, em uma Conferência realizada na Grã-Bretanha.
“Parte da literatura destaca a década de 1960 como marco de conscientização e construção educacional sobre o meio ambiente, especialmente na Conferência de Educação, em Keele, na Grã-Bretanha, onde a expressão foi ouvida pela primeira vez”, disse o professor.
Para o especialista, o conceito de educação ambiental envolve uma conexão entre o homem e a natureza, pela qual são construídos valores essenciais à proteção do meio ambiente.
“Nessa relação da humanidade com o meio ambiente, existe a consolidação de valores sociais, competências e sensibilidade para a preservação e conservação da natureza, sustentabilidade integral e qualidade de vida. Tudo isso faz parte do conceito de Educação Ambiental”, afirmou.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
No país que possui a maior biodiversidade do planeta, educação e meio ambiente são setores que deveriam avançar de forma simultânea. Mas a realidade está muito distante deste ideal.
O crescente aumento do desmatamento na Amazônia e os incêndios criminosos no Pantanal revelam que a Educação Ambiental no Brasil é precária. Carlos Alberto explica que isso ocorre, principalmente, em função da irresponsabilidade dos governantes.
“Há uma ausência de políticas públicas e efetivação da Constituição Federal e de leis específicas que tratam do tema. A Educação Ambiental no país é negligenciada e desestimulada pelos próprios governantes e isso prejudica toda a comunidade”, pontuou.
UNIÃO DE ESFORÇOS
Conforme o especialista, um dos propósitos da educação ambiental é a transformação, que vai permitir a humanidade viver em harmonia com o meio ambiente.
“A gente educa para transformar pessoas. Educar para viver de forma sustentável, ecologicamente equilibrada e com qualidade de vida”, comentou.
Quando esta transformação acontecer, vai haver a expansão e o aperfeiçoamento da Educação Ambiental.
“O aprimoramento passa por uma união de esforços: poder público, sociedade civil organizada e cidadãos. É preciso iniciar discussões e pequenas práticas em casa, para então expandirmos. ‘”, destacou.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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