Os motoristas e cobradores dos ônibus em Teresina paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (6) em protesto após receberem – do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) – a possibilidade de ficarem sem o pagamento dos salários neste mês. As paradas de ônibus amanheceram lotadas de passageiros, e muitos precisaram pagar a mais para chegar até os seus locais de trabalho, por exemplo.
A suspensão temporária dos serviços – com previsão para terminar às 8h de hoje – ocorreu após o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), na última sexta-feira (3), receber do Setut um ofício relatando que as empresas não receberam repasse financeiro (subsídios) da Prefeitura de Teresina para custear a folha de pagamento.
“Não havendo o mencionado repasse, de forma urgente, ficarão comprometidos os pagamentos de salários e demais obrigações trabalhistas”, diz o documento, datado do dia 3 de fevereiro de 2023.
No mesmo documento, o Setut ressalta que a entidade já oficializou a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) sobre a situação econômica das concessionárias.
“Já oficializamos a Strans uma vez mais sobre a situação e esperamos que a Prefeitura Municipal de Teresina assuma suas responsabilidades e entenda que sua omissão tem trazido permanentes problemas para todos: população, trabalhadores e concessionários”.
“É um direito da população ter ônibus. E para esse direito conseguir funcionar na prática, os empresários precisam receber o subsídio. O que acontece hoje, desde o início dessa gestão (prefeito Dr. Pessoa) é que nunca foi regularizado a questão do repasse”, disse a consultora jurídica do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), Nayara Moraes. Com os subsídios, Moraes comenta que os empresários consegue, por exemplo, renovar a frota e abastecimento dos veículos.
COMISSÃO DE TRANSPORTES
José Roberto, da comissão de Transportes, comenta que todos os dias os passageiros vivem dificuldades com o transporte de ônibus pela capital.
“Estamos aqui, em frente à garagem junto com os trabalhadores (na manhã de segunda, dia 6), que estão sofrendo com a falta de pagamento. Estamos reivindicando que o Setut e a Prefeitura respeitem os trabalhadores, porque quem sofre é o usuário, com a falta de transporte de qualidade. Estamos aqui para dizer que estamos lutando por esses homens e mulheres que trabalham no transporte público, para que tenhamos respeito por parte da prefeitura e do Setut”, disse.
Teleno Nobre, da Federação dos Bairros, ressalta que hoje a cidade está “um caos”. Ele esclarece que a comissão de transportes é composta por várias associações de moradores, federações de bairros e o movimento estudantil.
“Hoje, a cidade está um caos e o trabalhador que ainda trabalha no transporte público se sente ameaçado, sob assédio no trabalho e se sentindo ameaçado, além de não receberem seus recursos. Recentemente, estivemos na Câmara Municipal a procura de respostas, onde foi apresentado o relatório da CPI do transporte e, até agora, não vimos o Ministério Público se posicionar e instituir uma investigação criminal para desvendar esse esquema”.
Nobre acrescenta que “os trabalhadores do transporte público estão passando necessidade porque no final do mês eles não recebem o salário. Os usuários ficaram sem transporte hoje porque o sistema de mobilidade urbana não funciona e a prefeitura não apresentou uma solução razoável e o sindicato age sem nenhum respeito ao povo teresinense”, disse Teleno Nobre.
NOTA STRANS
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informa a respeito da paralisação do transporte público, nesta manhã de segunda-feira (6), que não foi informada, oficialmente, da paralisação pelo Sintetro e nem pelo Setut.
Sendo assim, não teve tempo hábil de realizar o cadastramento de ônibus para atender a população no horário em que foi realizada a paralisação na Capital.
A Strans busca resolver as questões do transporte público junto às empresas que operam o transporte na Capital e assim garantir o serviço com qualidade aos usuários do transporte.
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