Carlienne Carpaso, Thalef Santos e Luana Fontenele
carliene@tvclube.com.br
A estudante Ana Carolina Angelim Damasceno, de 20 anos, é a aluna “nota mil” da Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Piauí. Ela busca uma vaga curso de Medicina nas universidades públicas em Teresina. Ao Portal ClubeNews, ela falou sobre a rotina de estudos e disse que ficou quase cinco meses sem celular para focar no Enem.
Sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, ela fala que iniciou com o texto com o poema do Oswaldo de Andrade. O resultado do Enem foi divulgado nesta quinta-feira (09).
Na estratégia, Ana dividiu o texto em três repertórios de conhecimento. Para elaborar a redação, ela produziu duas partes de literatura com menção a um poema de Oswaldo de Andrade, por exemplo. Os repertórios foram divididos em introdução, desenvolvimento um e desenvolvimento dois, e conclusão.
SEM CELULAR
Ana relembra um momento engraçado durante a rotina de estudos para o Enem. Ela conta que o celular quebrou e, para focar mais no exame, decidiu ficar por pelo menos cinco meses sem aparelho celular.
“Meu celular quebrou. Eu quis aproveitar a situação e fiquei sem celular por um bom tempo e usei só computador para falar com alguém pelo Web WhatsApp. Acho que isso me ajudou também, mas não foi uma estratégia planejada. Eu me distraia menos. Voltei a ter em novembro, acho, não lembro”, disse ao Portal ClubeNews.
ROTINA DE ESTUDOS
Sobre a produção textual, Ana fazia muitos por semana e teve acompanhamento direto dos professores. “Era uma média de três textos por semana que a gente fazia”, conta. “A gente ia fazendo e pedindo para corrigir na correria”, completa. Nos horários livres ela saía para lanches pela cidade e aproveitava o descanso. “A gente sabe que é muito cansativo”, explica.
Ela conta que não é a primeira vez que tenta uma vaga para Medicina. Aluna do Instituto Dom Barreto, ela fala que chegava na escola por volta das 7h e ficava até às 21h, entre aulas e momentos nas salas de estudos.
“É difícil, ainda mais para Medicina, que eu estava tentando, lutando, até que um dia dá certo. O próprio ambiente, amigos que fazemos, ajudam muito. Os professores dão muitas dicas, estratégias, planejamento. Então, acho que é isso: planejamento e apoio, tanto emocional quanto pedagógico”.
DICAS PARA REDAÇÃO
Aos que precisam fazer uma redação, Ana Carolina indica a prática. “A redação exige muita prática e esforço. Então, a dica que eu dou é praticar muito e corrigir os textos, e melhorar no que você erra porque são cinco competências. É preciso saber qual delas você tem deficiência”.
Ela comenta que o seu conhecimento de vida é uma boa para inserir no texto, seja pela literatura, história, filmes. “Tudo dá certo, é só fazer com calma”.
DICA DO PROFESSOR
O professor Samuel Sousa, de Redação, fala do orgulho e de como é difícil – hoje em dia – alcançar a nota 1 mil.
“Nos últimos anos, o Enem tem sido muito rigoroso e essas notas diminuíram muito. Pouquíssimos conseguem 980 pontos, onde um avaliador dá mil e o outro, em uma avaliação cega dá 960. No Piauí, a Carol vem quebrando um jejum e traz de novo esse mil para nós, resultado de todo um processo de preparação”
“A gente pega o que o aluno tem e vai agregando mais informações […]. A Carol é fruto dessa experiência. A gente chegava na sala de aula e discutia diversos temas, repetia as estratégias e agregava informações. Não tem erro, dá muito certo”, explica Samuel Sousa.
O professor ressalta que as produções textuais de cada aluno era acompanhada por uma equipe da escola que logo realizava a correção. Além disso, o tema da redação foi trabalhado pelo professor, “o que possibilitou aos alunos de abrir a prova e dominar esse conteúdo”.
Para ter uma redação prefeita, o professor de redação detalha que é uma avaliação subjetiva, mas seguir a norma padrão com coerência e buscar atingir os critérios é essencial.
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