Atualizada às 10h
O terceiro dia de greve dos motoristas e cobradores iniciou com manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), na Avenida Marechal Castelo Branco, zona Norte de Teresina. Os manifestantes seguiram em direção a Prefeitura de Teresina onde encontraram apoio da classe dos carroceiros, que também pede reivindica melhores condições de trabalho na capital piauiense.
Os trabalhadores interditaram a via sentindo Norte-Sul, desde às 7h30 desta quarta-feira (15), e usaram um ônibus atravessado para bloquear a avenida. Eles reivindicam o pagamento dos salários e benefícios atrasados e a assinatura da convenção coletiva.
Após desbloquear a via, os manifestantes desceram sentido Prefeitura de Teresina, no Centro, em frente à Praça da Bandeira. No local, eles pedem para ser recebidos e dialogar diretamente com os gestores municipais. Um caixão simbólico como a frase “Teresina sem prefeito” foi colocado em frente ao Palácio da Cidade.
Depois de uma parada na PMT, o grupo continuou em manifestação pela Avenida Maranhão em direção ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina.
Na tarde de terça-feira (14), O Tribunal Regional do Trabalho da 22º região expediu, nesta terça-feira (14), decisão que determina o percentual mínimo de 80% da frota circulando nos horários de entre picos e de 100% nos horários de pico, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Protesto dos motoristas e cobradores em Teresina – Foto: Antonio Fernandes/TV ClubeAtrasos salariais
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro), Antônio Cardoso, criticou a decisão do desembargador e disse que a circulação integral dos ônibus nas ruas é de competência do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
“Quem descumpre a ordem dos 100% é o próprio Setut. Porque a Strans emite uma notificação de 250 veículos, que o Setut nunca cumpriu. E aí o desembargador vem em cumprimento ao pedido do Setut, determinando que o Sintetro coloque os carros para rodar. Mas não somos nós que fazemos isso. É o próprio Setut, que descumpre a lei”, criticou.
Antônio Cardoso reforçou que a categoria enfrenta atrasos salariais e está prejudicada por conta do impasse entre empresários e a Prefeitura de Teresina.
“Estamos há 45 dias sem receber pagamento. Enquanto a gente faz uma denúncia na Justiça, eles pedem 72h para serem notificados. Nós não temos R$ 50 mil para pagar todos os dias, porque estamos há muito tempo com os salários atrasados”, ressaltou.
Judicialização
O presidente da Câmara Municipal de Teresina (CMT), vereador Enzo Samuel (PDT), declarou, ontem (14/03), que os vereadores da CMT podem judicializar uma ação contra a Prefeitura Municipal caso o impasse no transporte coletivo da cidade não seja solucionado.
O Poder Legislativo concedeu ao Executivo o prazo de 30 dias para sanar o problema e reaver o retorno normal dos ônibus nas ruas.
“O prefeito disse que estará resolvendo em 30 dias. A Câmara não tem o poder de tomar a decisão final, mas se for possível ao final desse processo, se a gente não ver nenhuma solução, não terá outra saída a não ser entregar ao Poder Judiciário, que é quem toma a decisão quando há um conflito de interesses”, declarou.
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