
Emanuel Pereira* e Ângela Bispo
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O período prolongado de chuvas em Teresina evidenciou o grave problema de pavimentação das ruas e avenidas. Caminhões, motocicletas e carros de passeio transitam com muita dificuldade pelas vias públicas da cidade devido ao grande número de buracos. A situação é tão alarmante que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) está fiscalizando o volume de recursos gastos neste segmento.
Com quase 3 mil km de asfalto, Teresina enfrenta esta buraqueira há muitos anos, mas nunca encontra uma solução. O engenheiro especialista em asfalto, Daniel Pereira, explica que a cidade não possui normas sobre a operação tapa-buraco, dificultando a execução correta dos projetos de pavimentação.
“Muitas vezes, são usados os manuais de municípios que possuem um clima diferente do nosso e outras condições de execução. Além disso, nossa mão-de-obra não é bem qualificada para desempenhar estes serviços, o que dificulta solucionar este problema”, disse.
FISCALIZAÇÃO
O diretor de fiscalização do TCE-PI, Bruno Cavalcanti, acompanha os investimentos em pavimentação asfáltica na capital piauiense. Segundo ele, uma quantidade significativa de recursos foram destinados a este setor nos últimos nove anos.
“Entre 2014 e 2022, a gestão municipal investiu cerca de R$ 531 milhões em mobilidade urbana, que também contempla o asfaltamento, manutenção e recuperação das vias públicas”, afirmou.
A fiscalização da qualidade do asfalto também é realizada pelo TCE/PI há cinco anos, por meio da retirada de amostras de asfaltos e avenidas em diferentes localidades.
Lucas Carvalho, auditor externo do referido Tribunal, detalha como é feito este trabalho.
“Após recolher as amostras, nós preparamos um relatório de análise técnica e um relatório de auditoria, onde relatamos o que foi encontrado naquela pavimentação. Neste mesmo documento, são emitidas conclusões e recomendações para o órgão fiscalizador”, declarou.
Todos os dados apurados nesta fiscalização vão servir como fundamento para acontecer uma auditoria ainda este ano. Bruno Cavalcanti ressalta que a falta de gestão é o principal responsável pela situação das vias públicas de Teresina.
“Há uma expectativa de vida útil quando o pavimento é projetado e executado. É preciso uma boa gestão, que saiba o momento certo de intervir para garantir maior duração ao asfalto”, pontuou.