
Isadora Cavalcante*
isadora.cavalcante@tvclube.com.br
O inquérito da Polícia Civil que investiga a morte de Janes Cavalcante Castro, filho do proprietário do Grupo Toureiro, Raimundo Florindo de Castro, apontou que o irmão, Gerardo Pontes Cavalcante Neto, seria o mandante do crime que aconteceu em 2020 em Parnaíba.
O documento assinado pelo delegado de Parnaíba, Maikon Kaestner, foi concluído nesta sexta-feira (14), trouxe detalhes sobre a motivação do assassinato e indiciou Gerardo Neto pelo crime de homicídio qualificado pela paga ou promessa de recompensa e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação, a vítima seria o filho preferido da mãe, Adalaide Cavalcante, chegando a trabalhar com ela na empresa do Grupo Toureiro. Conforme o inquérito, a motivação do assassinato do irmão, seria de que, Gerardo passou a temer perder o posto de único responsável e provável herdeiro do Grupo Toureiro.
O relatório da Polícia Civil apontou ainda que Gerardo acompanhava de perto a investigação sobre o assassinato, pois sua esposa era a Chefe da 1ª Vara Criminal do Juri de Parnaíba e que dessa forma, o suspeito de ser mandante do crime passou a querer interferir diretamente na investigação, chegando a solicitar o acesso a todos os atos sigilosos.
Conforme consta no inquérito, “quem não tem participação no crime, tenta ajudar, ainda mais sendo parente direto, como assim fizeram as irmãs, mas ele fez o contrário, pois tinha algo a esconder dos demais familiares. Assim, ele mesmo se acusou, passou agir para parar a investigação a todo custo”, concluiu a Polícia Civil.
Além de Gerardo Neto, a Polícia Civil indiciou mais quatro pessoas:
-
Flávio Leal dos Santos: responsável por distribuir, organizar e pagar os pistoleiros que vieram de Pernambuco e Alagoas. Conforme a investigação, ele recebeu repasses financeiros ao longo do ano até logo após a morte de Janes, advindo de contas de Gerardo, seu sócio.
-
Carla Mariah Galeno de Melo Leal: esposa e cúmplice de Flávio Leal, emprestou sua conta para o marido poder usar nas transferências e receber dinheiro do crime.
-
Igor Fernandez: emprestava o nome para cadastrar terminais telefônicos usados no crime, assim como para ocultar bens oriundos de atividades ilícitas.
-
Elisabeth Ruth Rangel: responsável por ocultar os bens do casal, efetuar os pagamentos para os pistoleiros.

Relembre o Caso
O empresário Janes Cavalcante Castro foi assassinado no dia 18 de setembro de 2020, após sair da casa onde morava, em Parnaíba. O empresário dirigia seu carro quando foi abordado por dois homens em uma moto. Eles o perseguiram e atiraram várias vezes contra ele.
Em abril de 2021, a Polícia Civil do Piauí deflagrou a 1° fase da Operação Sicário, para prender os suspeitos de envolvimento na execução do empresário. No dia 18 de junho, a polícia deflagrou a segunda fase da operação. Pelo menos quatro pessoas foram presas pelo crime, dentre elas o atirador e o piloto da moto.
Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
LEIA MAIS: