7 de julho de 2025

Irmão foi mandante do assassinato de Janes Cavalcante, aponta Polícia Civil

Isadora Cavalcante

Publicado em 15/04/2023 20:11

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Empresário Janes Cavalcante Castro foi morto em setembro de 2020, em Parnaíba — Foto: Reprodução/Redes sociais

Isadora Cavalcante*
isadora.cavalcante@tvclube.com.br

O inquérito da Polícia Civil que investiga a morte de Janes Cavalcante Castro, filho do proprietário do Grupo Toureiro, Raimundo Florindo de Castro, apontou que o irmão, Gerardo Pontes Cavalcante Neto, seria o mandante do crime que aconteceu em 2020 em Parnaíba.

O documento assinado pelo delegado de Parnaíba, Maikon Kaestner, foi concluído nesta sexta-feira (14), trouxe detalhes sobre a motivação do assassinato e indiciou Gerardo Neto pelo crime de homicídio qualificado pela paga ou promessa de recompensa e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação, a vítima seria o filho preferido da mãe, Adalaide Cavalcante, chegando a trabalhar com ela na empresa do Grupo Toureiro. Conforme o inquérito, a motivação do assassinato do irmão, seria de que, Gerardo passou a temer perder o posto de único responsável e provável herdeiro do Grupo Toureiro.

O relatório da Polícia Civil apontou ainda que Gerardo acompanhava de perto a investigação sobre o assassinato, pois sua esposa era a Chefe da 1ª Vara Criminal do Juri de Parnaíba e que dessa forma, o suspeito de ser mandante do crime passou a querer interferir diretamente na investigação, chegando a solicitar o acesso a todos os atos sigilosos.

Conforme consta no inquérito, “quem não tem participação no crime, tenta ajudar, ainda mais sendo parente direto, como assim fizeram as irmãs, mas ele fez o contrário, pois tinha algo a esconder dos demais familiares. Assim, ele mesmo se acusou, passou agir para parar a investigação a todo custo”, concluiu a Polícia Civil.

Além de Gerardo Neto, a Polícia Civil indiciou mais quatro pessoas:

  • Flávio Leal dos Santos:  responsável por distribuir, organizar e pagar os pistoleiros que vieram de Pernambuco e Alagoas. Conforme a investigação, ele recebeu repasses financeiros ao longo do ano até logo após a morte de Janes, advindo de contas de Gerardo, seu sócio.

  • Carla Mariah Galeno de Melo Leal: esposa e cúmplice de Flávio Leal, emprestou sua conta para o marido poder usar nas transferências e receber dinheiro do crime.

  • Igor Fernandez: emprestava o nome para cadastrar terminais telefônicos usados no crime, assim como para ocultar bens oriundos de atividades ilícitas.

  • Elisabeth Ruth Rangel: responsável por ocultar os bens do casal, efetuar os pagamentos para os pistoleiros.

Investigação sobre assassinato de Jane Cavalcante, um dos herdeiros do Grupo Toureiro – Foto: Polícia Civil

Relembre o Caso

O empresário Janes Cavalcante Castro foi assassinado no dia 18 de setembro de 2020, após sair da casa onde morava, em Parnaíba. O empresário dirigia seu carro quando foi abordado por dois homens em uma moto. Eles o perseguiram e atiraram várias vezes contra ele.

Em abril de 2021, a Polícia Civil do Piauí deflagrou a 1° fase da Operação Sicário, para prender os suspeitos de envolvimento na execução do empresário. No dia 18 de junho, a polícia deflagrou a segunda fase da operação. Pelo menos quatro pessoas foram presas pelo crime, dentre elas o atirador e o piloto da moto.

Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto

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