
Isadora Cavalcante* e Ângela Bispo – TV CLUBE
isadora.cavalcante@tvclube.com.br
A publicitária Carolina Berger renasceu há poucos dias e sua história envolve muita fé, vontade de viver e amor. Aos 26 anos, após uma infecção urinária, ela descobriu que vivia apenas com um rim. Não satisfeito, o destino decidiu lhe pregar mais uma peça. Anos depois, a publicitária foi diagnosticada com um câncer no único órgão.
Assim, Carolina teve que correr contra o tempo para realizar o procedimento de retirada tumor, onde ela teria que perder o mínimo possível de massa do órgão.
“Eu tive uma dor no estômago e fui para uma emergência. Cheguei no hospital às 15h e saí 23h, me reviraram e não acharam nada no meu estômago. E numa tomografia apareceu um cisto no rim. Fui para São Paulo para fazer essa cirurgia de tumor e fiz uma segunda cirurgia em 60 dias. Foi bastante agressivo para minha função renal”, destacou a publicitária.
Agarrada a um fio de esperança, Carolina sempre falou abertamente sobre o problema de saúde. E em uma dessas conversas, uma amiga que mora em São Luís, no Maranhão, decidiu ser doadora.
“Numa conversa com minha amiga Ediardna disse que tinha três a quatro meses para aguentar até chegar em uma diálise e que eu precisava de um doador. Então ela olhou para mim e disse “meu rim é seu”. Ela me deu a oportunidade de viver com qualidade. Eu digo para ela que literalmente ela é minha o resto da vida”, conta Carolina emocionada.
O procedimento aconteceu no final do mês passado e no terceiro dia, o corpo de Carolina rejeitou o órgão transplantado. Foi aí que um tratamento difícil, mas necessário, iniciou e foi fundamental para garantir e devolver vida da publicitária.
“Fizemos uma biópsia renal, que mostrou rejeição aguda celular, ou seja, uma reação muito mais agressiva onde os medicamentos não foram suficientes. Ela fez o tratamento da plasmaférese que tira os anticorpos que estão agredindo o rim transplantado”, informou o nefrologista Avelar Alves.
Depois de dezesseis dias internada em tratamento, Carolina teve alta hospitalar. E em casa segue a rotina de ressignificação. A amiga Ediardina, doadora do rim, já voltou ao Maranhão. De lá, acompanha tudo que passa com uma amiga em Teresina e afirma que a decisão de ser doadora foi puro amor.
“Saber que ela vai ter qualidade de vida diante de uma insuficiência renal e que para mim não vai fazer falta alguma, muito pelo contrário, com certeza é uma forma de mudar a vida, não só para quem recebe, mas para quem doa. As pessoas precisam se abrir para isso porque a gente consegue salvar muitas vidas”, completou a amiga doadora.
Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso