
Isadora Cavalcante*
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Há 150 anos, o encontro entre um alfaiate e um dono de fábrica mudou o curso da moda (e da história). Em 1873, o alemão Levi Strauss e o americano Jacob Davis patentearam a primeira calça jeans. A peça contava com matérias resistentes e a finalidade de vestir trabalhadores braçais.
Além de indispensável em qualquer guarda roupa tem uma história ligada à revolução da moda, do mercado do trabalho e até do movimento feminista.
“A qualidade do tecido, a composição que é trabalhado esse jeans se é elastano ou lycra. Outro ponto importante é as lavagens que tem se modernizado muito, tem delas metalizadas, vintage e as modelagens. É isso que agrega o custo-benefício a um jeans”, destaca a professora de moda Gizella Falcão.
A peça, que nunca sai de moda, hoje vive um contexto de fast fashion, onde impacta diretamente na qualidade e durabilidade das peças, que acabam indo facilmente para o lixo. No Brasil, são geradas 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano.
A estudante de moda da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Clara Peres, conta que a prática do consumo extremo, sempre atrás de compras imediatas e baratas, alimenta um mercado desenfreado sem dá tempo para que a natureza acompanhe esse processo.
“Desde a época da revolução industrial, a exploração da matéria prima tem crescido exponencialmente, enquanto a capacidade de regeneração do planeta não alcança esse mesma velocidade, além disso, o descarte irresponsável de restos e substâncias químicas das indústrias nas águas e na terra, leva à morte a fauna e a flora, por vezes de maneira irreversível, e existe ainda a emissão de gás carbônico pelas queimas e outros processos industriais”, destacou a estudante.

A pesquisadora em jeans, Madu Melo, pontua três passos para o consumo consciente sem tantos descartes.
“Primeiro passo é consumir menos, se perguntar se realmente precisamos disso. O segundo seria aderir a peças reformadas e repensadas, que tenham partes sustentáveis no processo. Terceiro é acreditar numa economia colaborativa no sentido de pensar mais pelo local. Pequenas artesões, costureiros de bairro, ateliers e marcas piauienses que fazem diferença nesse sentido”, disse.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Jonas Carvalho
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