27 de julho de 2025

Tamanduá-mirim esfaqueado em Barras é transferido para Teresina e continua em estado grave

Isadora Cavalcante

Publicado em 14/06/2023 15:30

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Tamanduá-Mirim resgatado após sofrer golpes de faca – Foto: Ibama

O tamanduá-mirim, resgatado na segunda-feira (12), pelo Grupo de Voluntários de Barras (GAV) com marcas de facadas e maus-tratos, foi encaminhado para o Hospital Universitário Veterinário (HUV) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, na tarde da terça-feira (13).

A coordenadora de Controle da Fauna Silvestre, Ravena Figueiredo, informou que o animal recebeu os primeiros atendimentos ainda em Barras com a chegada dos profissionais. Depois, foi encaminhado para Teresina.

“A Semarh (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí) fez o resgate do animal e fizemos o primeiro atendimento. Ao chegar no local constatamos o estado gravíssimo (apático, debilitado, hipotérmico com lesões profundas e graves, causadas por arma branca (facão)”, disse Figueiredo.

A coordenadora ressaltou que a equipe realizou a limpeza dos ferimentos e a administração de medicação com antibiótico, anti-inflamatório e cicatrizantes. “O animal foi transportado para Teresina para o HVU da Ufpi e está em tratamento. O animal ainda está em estado grave”, destacou.

Tamanduá-Mirim recebe cuidados no HUV – Foto: Ibama

Devido aos grandes ferimentos espalhados em todo o corpo do animal, o Tamanduá-mirim permanece em estado grave.

“Pela gravidade das lesões do tamanduá, o prognóstico é bastante reservado. Vai depender da evolução das próximas 24h”, conta Fabiano Pessoa, analista ambiental e médico veterinário do CETAS IBAMA-PI ao Portal ClubeNews.

Segundo os primeiros diagnóstico dos profissionais veterinários, os golpes, feitos pelo objeto cortante, causaram lesões de pele, musculatura e até no crânio.

“Outro dano ocorreu na região do pavilhão externo da orelha esquerda que apresenta bastante risco de infecção e necessidade de amputação”, informou.

Tamanduá-Mirim resgatado após sofrer golpes de faca – Foto: Ibama

Tamanduá-mirim

Embora não conste na lista oficial de animais ameaçados de extinção no Brasil, o tamanduá-mirim já desapareceu em diversas regiões. Além de ser vitimada nas rodovias, a caça, o ataque de cães domésticos e, principalmente a destruição de habitats, assim como os incêndios florestais estão entre as principais ameaças à espécie.

Ilustração da espécie Tamanduá-Mirim – Foto: Divulgação

Até o momento, nenhuma pessoa foi presa pela agressão ao animal. A equipe do GAV destaca que essa violência é crime segundo as leis de proteção aos animais silvestres, além de crime contra o meio ambiente.

A pena por esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada de um terço a um quinto.

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