
O tamanduá-mirim, resgatado na segunda-feira (12), pelo Grupo de Voluntários de Barras (GAV) com marcas de facadas e maus-tratos, foi encaminhado para o Hospital Universitário Veterinário (HUV) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, na tarde da terça-feira (13).
A coordenadora de Controle da Fauna Silvestre, Ravena Figueiredo, informou que o animal recebeu os primeiros atendimentos ainda em Barras com a chegada dos profissionais. Depois, foi encaminhado para Teresina.
“A Semarh (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí) fez o resgate do animal e fizemos o primeiro atendimento. Ao chegar no local constatamos o estado gravíssimo (apático, debilitado, hipotérmico com lesões profundas e graves, causadas por arma branca (facão)”, disse Figueiredo.
A coordenadora ressaltou que a equipe realizou a limpeza dos ferimentos e a administração de medicação com antibiótico, anti-inflamatório e cicatrizantes. “O animal foi transportado para Teresina para o HVU da Ufpi e está em tratamento. O animal ainda está em estado grave”, destacou.
Devido aos grandes ferimentos espalhados em todo o corpo do animal, o Tamanduá-mirim permanece em estado grave.
“Pela gravidade das lesões do tamanduá, o prognóstico é bastante reservado. Vai depender da evolução das próximas 24h”, conta Fabiano Pessoa, analista ambiental e médico veterinário do CETAS IBAMA-PI ao Portal ClubeNews.
Segundo os primeiros diagnóstico dos profissionais veterinários, os golpes, feitos pelo objeto cortante, causaram lesões de pele, musculatura e até no crânio.
“Outro dano ocorreu na região do pavilhão externo da orelha esquerda que apresenta bastante risco de infecção e necessidade de amputação”, informou.
Tamanduá-mirim
Embora não conste na lista oficial de animais ameaçados de extinção no Brasil, o tamanduá-mirim já desapareceu em diversas regiões. Além de ser vitimada nas rodovias, a caça, o ataque de cães domésticos e, principalmente a destruição de habitats, assim como os incêndios florestais estão entre as principais ameaças à espécie.
Até o momento, nenhuma pessoa foi presa pela agressão ao animal. A equipe do GAV destaca que essa violência é crime segundo as leis de proteção aos animais silvestres, além de crime contra o meio ambiente.
A pena por esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada de um terço a um quinto.
LEIA MAIS