
Receber o diagnóstico de câncer nunca será fácil. E sempre vem associado com uma forte carga emocional, que envolve a tríade paciente-familiar-equipe.
O processo oncológico sempre vem associado à morte e ao sofrimento físico, comumente relacionado à dor e degradação, o que passou a simbolizar para as pessoas uma patologia que traz um intenso abalo emocional e físico que acaba por afetar toda uma estrutura familiar.
Rotulada como uma doença dolorosa e mortal, o paciente comumente vivencia no tratamento, que geralmente é longo, perdas e sintomas variados, ocasionando prejuízos, muitas vezes irreparáveis.
O paciente com câncer, em virtude de sua vulnerabilidade, não traz uma demanda apenas biológica, traz também uma demanda psicológica e social, uma vez que receber o diagnóstico de câncer pode acarretar mecanismos de isolamento e de negação da doença, ou até mesmo uma forte resistência em iniciar o tratamento.
Hoje compartilho com vocês uma de minhas áreas de atuação dentro da psicologia, a psico-oncologia, a especialidade que procura oferecer ao doente, à família e à equipe o suporte emocional.
O papel do psicólogo em oncologia propõe o apoio psicossocial e psicoterapêutico diante do impacto do diagnóstico e de suas consequências e mostra a possibilidade de auxílio para melhor enfrentamento e qualidade de vida do doente e de seus familiares.
Quando entro em um hospital sinto uma sensação diferenciada, uma sensação de que estou sendo puxada para algo que foi escolhida. Estar dentro de um hospital e fazer atendimento hospitalar demanda um manejo muito cuidadoso, porque cada porta dessa não se encontra só um paciente, mas uma família e é um manejo que precisa ser feito com todos juntos, com toda uma organização, que precisa ajustar os padrões de viver do paciente para lidar com o adoecer.
Eu nunca sei o que vou encontrar em cada apartamento, nunca sei que ferramentas terei que utilizar, nunca sei como estarei diante de cada dor experienciada nas histórias de vida que sou autorizada a entrar.
Entrar num hospital demanda uma entrega, demanda um conhecimento além da ciência, da psicologia. Demanda um conhecimento de conexão, de permissão e, acima de tudo, de respeito e cuidado com o viver e com a terminalidade.
Fui profundamente ESCOLHIDA pela psico-oncologia. Nesta área minhas especializações: SONO E SEXUALIDADE ajudam-me a proporcionar qualidade de vida aos pacientes que vivem essa adversidade, o câncer.
Psico-oncologia, 17 anos de história, aprendizado e saudades eternas.