Eric Souza*
ericsouza@tvclube.com.br
A história das festas juninas, intimamente ligada à cultura do Nordeste brasileiro, remete às festividades realizadas na Europa, durante a Idade Média, no período do solstício de verão, justamente no mês de junho.
Segundo o historiador Paulo Clímaco, eram inicialmente pagãs, pois homenageavam divindades dos povos não cristãos, até serem apropriadas e cristianizadas pela Igreja Católica.
“[As festas juninas] surgiram em comemoração às boas colheitas e safras, à produtividade agrícola. Entre seus sinais mais importantes está o fogo, utilizado para espantar os maus espíritos e as pragas das plantações”, explica ao Portal ClubeNews.
O especialista aponta que o catolicismo aproveitou-se do fato de as memórias dos santos Antônio, João e Pedro serem celebradas em junho para conferir um novo significado aos símbolos. Confira os principais:
Fogueira
Em relação à simbologia, a fogueira passou a representar a purificação do Espírito Santo e dois momentos distintos da vida de São João Batista.
“Quando João estava no ventre de Isabel, sua mãe prometeu a Maria, mãe de Jesus, que acenderia uma fogueira em frente a sua casa assim que o filho nascesse, para que a prima fosse ajudá-la. Posteriormente, depois que o santo foi decapitado a mando de Herodíades, sua cabeça teria sido lançada ao fogo e ele ressuscitado”, conta Paulo.
Fogos de artifício, bandeirinhas e balões
Os fogos de artifício, de origem chinesa, servem para distanciar os pensamentos e sentimentos maus. Já as bandeirinhas, que costumavam ser maiores, traziam as imagens dos santos do período junino e eram submetidas a um ritual de lavagem, cuja água aspergia os fiéis.
“Atualmente proibidos pela legislação, os balões cumpriam a função de anunciar o início das festas e das quadrilhas. Também simbolizavam o contato entre os homens e a divindade. Algumas pessoas costumavam tocar nos objetos a fim de que suas orações fossem levadas ao céu”, lembra o historiador.
Quadrilhas
As populares quadrilhas surgiram na Inglaterra e eram bailes organizados pela nobreza da época. Os franceses entraram em contato com essas danças e decidiram levá-las ao seu país, onde dividiam os participantes em duas filas, com formato de quadrado, de quatro ou oito pares, um de frente para o outro.
“Quem também copiou essas festas foram os portugueses, responsáveis por trazê-las ao Brasil por volta do século XVI […] Como as roupas eram luxuosas, as pessoas de classes menos favorecidas utilizavam as vestes que tinham; por isso é comum vestir xadrez, chita, calça remendada e chapéu de palha”, menciona Paulo.
Pau de sebo
Finalmente, o pau de sebo é uma das várias brincadeiras juninas feitas há gerações, ao lado da pescaria, do correio elegante, da cadeia, do tiro ao alvo, do rabo de burro e da corrida de saco, apenas para citar alguns exemplos.
“[O pau de sebo] consiste em um mastro erguido do chão, revestido de cera, cujo topo conta com dinheiro ou outras premiações, que as pessoas devem alcançar ao abraçar a madeira e tentar subir nela”, completa o especialista.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto
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