
O senador da República, Marcelo Castro (MDB), não economizou críticas à atual política econômica aplicada pelo Banco Central no Brasil, porém, descartou a troca imediata na gestão do órgão em 2023.
Segundo Castro, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (26), a atual taxa Selic em 13,75% é um percentual “desnecessário” e que o presidente do Banco Central, Campos Neto, deve adequar as medidas financeiras ao novo cenário econômico do país.
“Há um consenso hoje no Brasil, inclusive no mercado, de que essa taxa de juros é desnecessária. Quando é que se justifica colocar uma inflação alta? Quando se tem pouco produto ofertado e tem muita gente querendo comprar esse produto. Para você diminuir a demanda, você sobe os juros para dizer ‘olha, é melhor você não investir. É melhor você manter o dinheiro aplicado’. Isso esfria o mercado porque os juros estão altos. Nós não temos isso no Brasil”, destacou.
O Banco Central se tornou alvo de desaprovação por parte do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem defendido a troca de gestão, e parlamentares que fazem parte da base de apoio ao Planalto.
Campos Neto permanece à frente do Banco Central até 2024 e foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na avaliação de Marcelo Castro, mudar a administração da instituição seria uma “medida drástica”.
“Essa taxa de juros alta só dificulta a retomada do crescimento do Brasil e só favorece o crescimento dos banqueiros. Isso custa bilhões de reais, que vão para as mãos dos banqueiros. Está havendo uma certa impaciência de todos e do mercado. Não está na hora ainda de uma medida mais drástica, mas os juros vão ter que se adequar à realidade do país”, arrematou.
LEIA MAIS