28 de julho de 2025

“Pediu Bartô Galeno”: terapias alternativas ajudam pacientes

Luana Fontenele

Publicado em 22/07/2023 20:00

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Terapias alternativas ajudam pacientes com sequelas neurológicas em Teresina (Foto: Divulgação/Ascom)

Terapias alternativas como jogos de cartas e músicas têm feito a diferença no tratamento e recuperação de pessoas com sequelas neurológicas internados em leitos de UTI no Hospital Getúlio Vargas (HGV), localizado na Avenida Frei Serafim, Centro de Teresina.

Por meio de um tablet, os pacientes têm acesso a músicas dos mais diversos gêneros. O psicólogo Wanderson Anjos conta como a música ajuda na recuperação, como a de um paciente que pediu para ouvir a música do cantor e compositor Bartô Galeno.

“A terapia ajudou o paciente a melhorar e responder ao tratamento. Ele encontrava-se deprimido e com pouca abertura ao diálogo. Mas ao ser indagado sobre a possibilidade de ouvir uma música, ele sugeriu a do cantor Bartô Galeno, que fez ele resgatar várias memórias, histórias e abertura para o atendimento em questão”, conta o psicólogo, ao relatar o caso de um paciente de 65 anos, internado após uma cirurgia de um aneurisma de aorta abdominal.

Jogos também são usados pela equipe do hospital como terapia, como aconteceu com uma paciente de 59 anos, que chegou ao HGV com suspeita de encefalite viral.

Com longa permanência na UTI, ela faz uso de ventilação mecânica e vem conseguindo melhorar com ajuda de estimulações neurológicas e cognitivas.

“Uma das maiores dificuldades da paciente era a mobilidade comprometida e dificuldade de acesso para administração da medicação. Fomos introduzindo pequenas intervenções, utilizando o cubo mágico, com movimentos diferenciados, a partir dessas estimulações neurocognitivas, a paciente conseguiu evoluir com alta clínica da UTI para a enfermaria e com resgate da subjetividade”, explicou o psicólogo.

Wanderson Anjos diz que a técnica utilizando jogos também deu resultado satisfatório com um paciente de 74 anos, com diagnóstico de insuficiência cardíaca, o paciente estava totalmente agitado, com delírio hiperativo e queixoso.

“Fizemos uma tentativa de usar algo que ele gostasse para o resgate de sua subjetividade. Não tínhamos o jogo do baralho, mas usamos o UNO que prontamente ele se permitiu ser ensinado no novo jogo, o que proporcionou bons resultados”, explica o psicólogo.

Jogos de carta ajudam pacientes no HGV (Foto: DepositPhotos)

Para a diretora-geral do HGV, Nirvania Carvalho, a equipe multiprofissional tem contribuído para uma recuperação mais rápida do paciente.

“A introdução dessas técnicas ao tratamento, possibilitam uma diminuição dos efeitos negativos relacionados ao internamento, pois eles fazem esse resgate da identidade que, muitas vezes, se perde nos ambientes hospitalares, contribuindo para uma recuperação mais rápida”, explica a doutora.

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