
Malu Barreto e Eric Souza
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A Polícia Civil do Piauí está alertando a população sobre o Golpe do Falso Intermediário, vítimas estão buscando as delegacias para denunciar o crime. Segundo o delegado Odilo Sena, nos últimos dez dias, três pessoas registraram boletim de ocorrência e a investigação aponta que os criminosos são integrantes de facções criminosas do Mato Grosso.
O Golpe do Falso Intermediário, um dos golpes mais aplicados no mercado de compra e venda de carros usados, o criminoso engana duas pessoas utilizando dois argumentos diferentes, um para cada vítima, e a grande jogada é que ele pretende que uma não converse com a outra sobre o meio de pagamento e o valor a ser tratado.
“Esse tipo de golpe acontece muito com veículo, carro e motocicleta. Aqui na nossa delegacia é o quarto caso, três nesses últimos dez dias. Provavelmente as outras delegacias devem estar voltadas também, como o estado inteiro, porque esses casos são criminosos de outros estados que pegam gente, principalmente do Nordeste, pessoal mais desinformado, pessoal mais do interior”, contou o delegado.
Uma das vítimas, profissional autônomo, relatou que estava buscando comprar uma caminhonete modelo D-20 e que viu um anúncio da venda do carro no Facebook, numa página falsa. O carro era oferecido por R$ 38.700, “um valor muito abaixo do preço do mercado, um carro que vai no mínimo vale no mínimo R$ 60 mil”, disse o delegado.
No depoimento, a vítima contou que entrou em contato com o criminoso, que disse que estava em São Raimundo Nonato, mas que e o carro estava em Teresina em uma loja de veículos de uma amigo de confiança. A vítima vai até a loja ver o carro e chegou a dirigir o veículo.
O criminoso ficava ligando constantemente e orientou a vítima a não falar o valor da negociação para o vendedor, com uma desculpa.
“O dono do carro, [de verdade], e o vendedor, também estão sendo enrolados, porque, na hora que ele conversa com um, aí ele passa o telefone para o comprador, aí ele passa o telefone pro outro cara e diz ‘ó, esse rapaz tá aí, meu empregado, vai buscar o carro e tal, e aí vamos fechar em quanto? Aí fecha o valor, só que ele não tá sabendo dessa conversa. Por isso que o nome do golpe, é golpe do falso intermediário, o cara intermedia uma situação que os dois não conhecem, o que o outro não está sabendo”, explicou Odilo Sena.
A vítima chegou a depositar R$ 9 mil para o criminoso e não concluiu a operação, pois havia esquecido um documento, e o banco não transferiu o restante “Foi aí que eles entenderam que isso tratava de um golpe”.
O delegado Odilo Sena, elementos iniciais sobre o caso, já foram feitos e indicam que são integrantes de uma facção criminosa do Mato Grosso. “A gente já vai fazer os levantamentos e a nossa prioridade seja o ressarcimento das vítimas. E, em segundo, tentar colocá-los na cadeia”.