
A cidade de Teresina vive uma crise na saúde pública com a falta de insumos nas unidades de saúde e o cancelamento de várias cirurgias de urgência nos hospitais.
O Hospital de Urgência de Teresina (HUT), por exemplo, suspendeu os procedimentos de urgência, que agora só serão feitos mediante agendamento. Por meio de nota, o HUT informou que as cirurgias de emergência acontecem normalmente.
Pacientes relataram que, além da suspensão dos procedimentos, os próprios pacientes precisam comprar remédios para continuar o tratamento dentro da unidade de saúde. Macas e ar-condicionados quebrados também foram algumas das queixas de pacientes e acompanhantes.
Já os profissionais da saúde relatam a dificuldade de atender os pacientes devido à falta de insumos. Eles denunciam a falta de remédios, principalmente os antibióticos e anestesias, agulhas para exames de bioquímica e até mesmo fitas para a medição de glicose.
O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI) também se pronunciou afirmando que esses problemas se repetem com frequência e que o HUT já foi notificado várias vezes pela falta de insumos.
Nesta quarta-feira (30), o blog Bastidores da Notícia divulgou que a “empresa White Martins notificou a Fundação Municipal de Saúde sobre a suspensão total do fornecimento de oxigênio para todas as unidades de saúde do município de Teresina. A notificação foi feita no início da semana. A empresa alega irregularidades no pagamento desde o começo do ano. A prefeitura de Teresina obteve uma liminar junto à Vara dos Feitos da Fazenda que impede a suspensão”.
O promotor de justiça, Eny Pontes, do Ministério Público do Piauí (MP-PI), instaurou um procedimento preparatório de inquérito civil para apurar a denúncia da suspensão de fornecimento de oxigênio aos hospitais da rede municipal por falta de pagamento à empresa fornecedora. O documento prevê a expedição de ofício à Fundação Municipal de Saúde (FMS) solicitando manifestação sobre esta demanda no prazo de 48h.
“Caso não haja resposta, serão convocados não só o presidente da Fundação Municipal de Saúde, mas a empresa. Para estarem aqui no Ministério Público e tentar buscar uma solução como o pagamento imediato ou um cronograma”, destacou.
Máquina quebrada
O paciente relatou que está internado há quase um mês, no aguardo de uma cirurgia nos tendões, e precisa realizar uma ressonância magnética, mas a máquina utilizada para o exame quebrou oito dias atrás.
“Fazem todos os outros exames e, na hora da ressonância, mandam para casa. Corremos o risco de perder o leito e retornarmos para a fila”, contou.
Confira a íntegra da nota do HGV e HUT:
A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que por conta de um problema técnico pontual, o aparelho de Ressonância Magnética está em manutenção. Durante esse período nenhum paciente será prejudicado, pois aqueles que necessitam passar por procedimentos serão encaminhados para outras unidades conveniadas pelo SUS.
O HGV esclarece ainda que as demais denúncias não procedem. O hospital possui médicos plantonistas 24 h e uma equipe de enfermagem composta de mais de mil profissionais, entre auxiliares, técnicos e enfermeiros. Quanto aos elevadores, os mesmos estão funcionando normalmente. E também, em caso de falta de energia, o HGV conta com rampas de acesso aos andares superiores. Em relação aos ares-condicionados, somente este mês, já foram implantados 12 novos aparelhos. A manutenção dos outros aparelhos é feita diariamente em todo o hospital.
O Hospital de Urgência de Teresina está realizando, diariamente todas as cirurgias de emergência, ou seja, as que o paciente corre risco de vida. Já as cirurgias de urgência elas estão sendo realizadas mediante uma programação. A Fundação Municipal de Saúde está trabalhando, junto aos fornecedores, para que seja normalizado o abastecimento de insumos no menor espaço de tempo.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que “as providências estão sendo tomadas junto aos fornecedores (notificação e negociação, bem como regularização de eventuais pagamentos em aberto), bem como a conclusão de processos licitatórios e emergenciais, para o restabelecimento do abastecimento do HUT e garantir o seu regular funcionamento. As cirurgias seguem sendo realizadas conforme os protocolos e classificação definidos pela área de urgência e emergência”.
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