
O julgamento de Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de estuprar e matar a estudante Janaína Bezerra em uma sala da Universidade Federal do Piauí (UFPI), acontece nesta sexta-feira (1). A audiência, que iria ocorrer no dia 17 de agosto, foi adiada por falta de quórum dos jurados.
Conforme a advogada de acusação, Jéssica Lima, alguns dos jurados convocados que não compareceram no primeiro julgamento faz parte do grupo de servidores da UFPI: “12 deles eram servidores da Ufpi, que recebeu a notificação e não encaminhou aos servidores”, disse.
“O adiamento foi impactante, o motivo nos atravessou de uma forma muito negativa, mas só nos deu força de novas técnicas de acusação. Isso tudo só está podendo acontecer por essa rede de luta por justiça por Janaína. Estamos confiantes, com fé nas instituições, para que amanhã, dia 1.º de setembro, a justiça seja feita por Janaína” destacou a advogada de acusação ao Portal ClubeNews.
Crimes a serem julgados
Thiago Mayson foi denunciado por homicídio com duas qualificadoras: meio cruel e feminicídio; e outros três crimes: estupro de vulnerável, fraude processual e vilipêndio de cadáver. Thiago está preso na Cadeia Pública de Altos desde o flagrante, no dia do crime.
Dois pontos foram considerados agravantes: emprego de meio cruel (Janaína morreu em decorrência de uma asfixia em que teve o pescoço quebrado) e por feminicídio (considerando a condição de mulher da vítima).
O MP afirma que caso o réu seja considerado culpado, a soma das penas máximas pelos quatro crimes podem chegar a 50 anos.
Audiência restrita
Antes do adiamento, a família de Janaína Bezerra não acompanhou a sessão do dia 17 de agosto porque o processo corre em segredo de justiça e, por isso, apenas as partes, membros do Ministério Público e advogados acompanharam a audiência.
“Nem a família está podendo acompanhar (a audiência). O que a gente clama é por justiça para que não aconteça com mais nenhuma ‘Janaína’ do mundo. Paz, ninguém tem, desde quando aconteceu. É só justiça mesmo que a gente quer”, diz Leidiane Maria bezerra, irmã da Janaína.
Para a assistência de acusação, a decisão do juiz Antônio Reis Nollêto de não permitir a família da vítima é “arbitrária”.
“Decisão arbitrária. Processo está em sigilo, mas isso é um absurdo. Nós compreendemos assim. A família tem o direito de estar aqui”, Jessica Lima, da JLR Advogados.
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