A Rede Clube teve acesso ao depoimento do policial militar Valério Neto, suspeito de matar a tiros o policial civil Alexsandro Cavalcante, na madrugada desta quarta-feira (13), em Parnaíba, litoral do Piauí.
No documento, o PM afirma que não conhecia a vítima, e que estava em casa, quando viu o policial civil passar pela rua, vestido com uma blusa e capuz, e que achou o comportamento estranho, pelo horário e também por ele ter chegado há pouco tempo do serviço.
Valério Neto então pegou a arma, entrou no carro e saiu de casa em busca do homem. O policial militar contou que ficou acompanhando a vítima, para ver o que estava acontecendo, e que ao dobrar o carro à direita, Alexsandro Cavalcante sacou uma arma.
Ele teria avisado por duas vezes que era policial, mas que o policial civil teria continuado com arma em punho, na sua direção, e então, ele disparou duas vezes.
Após os disparos, Valério Neto desceu do carro, pegou a arma de Alexsandro, percebeu o coldre de kydex e achou estranho, mas que não pensou que a vítima era um policial.
Após o crime, o PM saiu do local e ligou para sua ex-namorada, que achou que ela iria ajudá-lo. Ele relatou que a mulher não tem nada a ver com o fato e afirmou mais uma vez que não conhecia o policial civil Alexsandro Cavalcante.
Valério diz ainda que devido ao seu estado emocional, voltou para casa e não pensou em ir até a PM, mas entrou em contato com um tio que é do Exército e que foi até a casa dele, e de lá, ligou para o comandante Albuquerque, do 24º Batalhão da PM de Luís Correia, que o orientou a se apresentar ao Batalhão e entrar em contato com o advogado.
O policial militar relatou ainda que, no ano passado, pediu acompanhamento psicológico a corporação e foi designado ao Centro de Assistência Integral de Saúde ao policial – CAIS de Teresina, onde ficou internado por um período, que ele não recorda.
Ainda no interrogatório, Valério afirmou que é usuário de maconha, mas que antes do crime não havia feito consumo de bebida alcoólica e nem de drogas. Que não tinha intenção de fazer uma abordagem, que só queria entender o que o indivíduo estava fazendo na rua, aquele horário e com uma blusa com capuz.
No final do seu depoimento, o PM lamentou a situação e relatou que faz uso de medicações ansiolítico e zolpidem, prescritos pelo médico no CAIS.
De acordo com informações da Polícia Militar, Valério Neto foi autuado, está preso no quartel do 2° BPM, e será apresentando para audiência de custódia, nesta quinta-feira (14). Caso, seja homologado o flagrante, o PM seguirá para Teresina a fim de ser apresentado ao presídio militar.
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