Moradores do bairro Mafrense, localizado na zona Norte de Teresina, denunciaram um vizinho, cujo nome não foi revelado, por perturbação ao sossego. Conforme os relatos, os incômodos têm sido constantes e iniciam por volta das 12h. À Rede Clube, dois residentes da localidade, que optaram por não se identificar, relataram como as suas rotinas são impactadas por causa do barulho.
O primeiro relato é de uma mãe de dois filhos. Ela afirma que suas atividades têm sido interrompidas por conta do problema.
“Eu não consigo ensinar o meu filho. Não consigo porque a ‘zuada’ é constante… é muita. Ele começa meio-dia, uma hora da tarde. Justo logo depois que as crianças chegam da escola, que tem tarefa e que a pequeninha precisa dormir”, inicia.
Ainda segundo a mulher, em alguns momentos há necessidade de “sair de casa” para conseguir descansar pela noite.
“Às vezes a gente não consegue dormir, a gente vira a noite também. Muitas vezes eu tenho que sair da minha casa e ir para casa da minha sogra porque a gente não aguenta”, pontua.
Outro morador diz que o bairro era um lugar “tranquilo”, porém, com a vinda de seu vizinho para região, a realidade mudou.
“Aqui no começo era um ótimo lugar para morar, mas no momento em que esse rapaz veio morar aqui, começou o inferno. A gente não tem um dia de paz. Esse rapaz não tem mais hora de abrir nem de fechar. Eu chego do meu trabalho e não consigo assistir mais nada. Não consigo assistir um jornal, os meus filhos não conseguem estudar, conta.
O homem relatou que sua esposa já chegou a “chorar” devido à situação.
“Uma vez eu cheguei aqui em casa e minha esposa estava na cama chorando. E eu perguntei: amor, o que você tem? Em resposta, ela disse: ‘Meu filho, você está ouvindo? Não aguento mais. Estamos vivendo um inferno’”, desabafa.
Willon Gomes, Delegado do Meio Ambiente, explicou que o acusado pode ser enquadrado no “crime de perturbação ao sossego”, pois há limites impostos por lei e que devem ser respeitados.
“O som ele pode ser ligado a qualquer hora do dia ou noite, dependendo do volume. A lei estabelece a quantidade de hertz, mas a quantidade de reclamações maiores que recebemos aqui na delegacia é no período da noite”, fala.
Gomes argumenta que, nesses casos, as pessoas afetadas devem registrar um boletim de ocorrência denunciando os fatos.
“A gente solicita que as pessoas nos procure na delegacia do meio ambiente. Pode ser feito um boletim de ocorrência em qualquer delegacia da capital, pelo site da polícia civil ou virtualmente, que a gente reúne essas denúncias e saímos em operação nos fins de semana e em combate ao crime de perturbação do sossego público”, pondera.
Em julho de 2023, a Secretaria de Segurança Pública, por meio de uma operação conjunta das Forças de Segurança de Teresina, registrou 66 ocorrências por pertubação ao sossego alheio, sendo apreendidas cinco mesas de som e uma caixa.