O fenômeno climático conhecido como El Niño está previsto para continuar afetando a América Latina até o primeiro semestre de 2024. As últimas previsões têm gerado preocupações em vários setores, principalmente agrícolas, uma vez que chuvas anormais são esperadas no país.

O Diretor de Prevenção da Defesa Civil do Piauí, professor Werton Costa, explica que o fenômeno climático, apesar de ter uma periodicidade, tem uma duração bastante variável.

“Nós do Brasil já tivemos algumas experiências bastante conhecidas como o El Niño de 96, 97, 2015, 2017 e agora 2023 que deve adentrar com facilidade o ano de 2024. Isso vai impactar bastante a pré-temporada, que são as primeiras chuvas que caem no final do ano entre novembro e dezembro e também profundamente a quadra chuvosa que é o período chuvoso de janeiro até abril”, explica.

O El Niño provoca uma subsidência do ar, ou seja, uma condição que impede a formação de nuvens de chuva e acaba aumentando a temperatura. Apesar de não ser uma novidade, o professor lembra que precisamos considerar que as mudanças climáticas em curso estão se somando a condição já adversa proporcionada pelo fenômeno.

As últimas pesquisas enfatizam ainda a vulnerabilidade do setor agrícola, que inclui plantações, pecuária, florestas e pesca, diante dessas condições climáticas extremas. Durante eventos climáticos adversos, o setor agrícola pode absorver até 26% das perdas econômicas e até 82% durante períodos de seca.