
Mayrla Torres e Antonio Rocha
mayrlatorres@tvclube.com
Uma matéria destaque no Clube Rural, da TV Clube, chama atenção para uma grande preocupação que os agricultores de Monsenhor Hipólito, no Sul do Piauí, estão passando por conta de uma lagarta. O inseto está causando risco para os produtores de mandioca.
O problema causado pela lagarta, a larva de uma espécie de mariposa conhecida como mandarová-da-mandioca, come principalmente as folhas e acaba prejudicando o desenvolvimento das plantas, pode levar a uma queda na safra no setor da mandiocultura.
Além da irregularidade das chuvas, o agricultor Ronaldo de Sousa conta que a praga que tem causado prejuízos nas lavouras de mandioca. Ele diz que os ataques começaram há cerca de duas semanas.
“Quando a gente estava limpando, percebemos que tinha algumas lagartas pequenas, mas era em minoria. Depois da limpa da mandioca, em poucos dias, notamos que ela já tinha mudado e começou a comer as folhas da mandioca. Nós nunca tivemos uma infestação de lagartas como nós estamos tendo nesse ano de 2024”, conta.
Em menos de uma semana, uma área com cerca de 13 hectares de cultivo foi completamente devastada. Após o ataque, só sobraram os talos das plantas. Outro problema causado pelo inseto é o prejuízo do próximo plantio, feito com os caules da mandioca, também chamados de manaíbas.
A dona Isabel Josefa de Jesus também conta que na sua terra, as lagartas estão por toda parte. Segundo ela, não sobrou quase nada dos cinco hectares de mandioca que tinha. “Foi veloz demais. Ninguém esperava ser tão ligeira assim. Em questão de uma semana. Depois que ataca assim, a mandioca e a farinha não presta para nada”, explica.
O gerente da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí, Ozael Valério, informa que não é indicado o uso de produtos químicos para combater a infestação, uma vez que os pequenos agricultores também produzem mel orgânico.
“As formas de controle dependendo da área podem ser até a catação mecânica ou manual e a eliminação de pupas presentes no solo. Não indicamos o controle químico pela região ser produtora de mel. Mas indicamos o controle biológico para controlar a praga com a Bacillus thuringiensis, que ataca os insetos e não tem riscos aos seres humanos”, explica.
O pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Paulo Henrique Soares, conta que é essencial que o controle a base de Bacillus thuringiensis ocorra quando a lagarta está no máximo com três centímetros
“Ele tem que ser aplicado e pulverizado nas folhas, porque ele age por ingestão, então quando você aplica esse produto nas folhas, a lagarta se alimenta da folha contaminada pela bactéria, essa bactéria paralisa o estômago da lagarta e ela não come mais”, frisa.