
O filho de 09 anos, da vítima de feminicídio Valdirene Torquato, não reconhece o acusado do crime, Ezequiel Rodrigues, como pai. O eletricista é julgado, nesta terça-feira (6), por matar a doméstica com 19 facadas, no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina. O crime ocorreu em janeiro de 2022.
As informações foram reveladas por Janielson Torquato, irmão da vítima, em entrevista à ClubeNews FM. De acordo com o tio, o sobrinho passa por acompanhamento psicológico desde que a mãe foi assinada.
Ezequiel é julgado pelo júri popular. Ele estava preso preventivamente, na Penitenciária de Altos, desde o dia 25 de fevereiro de 2022. Os familiares de Valdirene aguardam por uma resposta coerente do Judiciário do Piauí e anseiam por pena máxima, contra Janielson. A previsão é que a sentença seja proferida ainda na tarde desta terça.
“A gente está no aguardo que esse julgamento tenha, de fato, uma resposta concreta, uma resposta coerente com o caso que aconteceu, que ele pegue a pena máxima”, pondera.
Para o irmão da vítima, a condenação do eletricista é a resposta também para outros feminicidas, demostrando que crimes desta natureza não serão tolerados e permanecerão impunes.
O crime
A empregada doméstica, Valdirene Torquato, de 42 anos, foi morta com 19 facadas, na noite do dia 25 de janeiro de 2022, no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina.
Testemunhas relatam que Ezequiel Rodrigues, estaria de tocaia na esquina do cruzamento das ruas Monsenhor Gil e Goiás.
O momento do crime, realizado em via pública, foi registrado pelas pessoas que estavam nos entornos do local. Populares chegaram a atirar pedras contra Ezequiel, para tentar defendê-la, mas o agressor continuou a desferir os golpes com a vítima no chão.
Valdirene morreu no local do crime, em frente ao condomínio onde trabalha. Durante a fuga, o suspeito deixou uma bicicleta e uma mochila para trás.
O relacionamento
Em entrevista, Janielson, irmão da vítima, relatou que o ex-cunhado a agredia com palavras e agressões físicas. Os dois tiveram uma relação estável, durante dez anos de convivência, no entanto, Ezequiel resolveu deixar a casa da família e passou a perseguir Valdirene.
As situações eram vivenciadas em silêncio e a vítima relatava raramente os episódios à família.
“(Ele) passou a perseguir ela, por várias vezes até o acontecido. Apesar de todas as agressões verbais, de ter tido as agressões físicas, mesmo assim ela ainda continuava querendo manter esse relacionamento”, discorre.
Cerca de dois meses antes ao crime, o irmão afirma que Ezequiel passou a pegar o filho aos fins de semana, e o levava à casa de seus avós paternos. Nesses momentos, ele aproveitava para questionar o filho, fazendo perguntas acerca do atual relacionamento da ex-esposa.
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