O Governo do Piauí lançou, nesta segunda-feira (19), um plano de ações para conter os impactos do fenômeno climático El Niño no estado. Apesar do período chuvoso, o Piauí apresenta chuvas irregulares e a previsão é que o período de seca seja mais severo em 2024.
O El Niño é um fenômeno natural de aquecimento das águas do oceano Pacífico. As mudanças climáticas provocadas por ações humanas, ao longo dos anos, intensificou as ações do El Niño, provocando chuvas desproporcionais e períodos de seca mais extensos.
O governador Rafael Fonteles (PT-PI) disse que o objetivo é permitir convivência com o fenômeno através da adaptação da população quanto às mudanças climáticas.
“Nós estamos procurando nos antecipar, trabalhando integrados com 13 órgãos do governo, com ações de curto, médio e longo prazos, sob o aspecto da sustentabilidade econômico das comunidades que vivem com a seca e a estiagem mais rigorosa”, destacou.
Ação integrada
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Daniel Oliveira, pontuou a necessidade de medidas emergenciais e o trabalho de educação ambiental.
“Nós temos uma ação bem estratégica, que é a integração de todas essas informações de dados pluviométricos, sobre a seca e a estiagem a partir da nossa sala de eventos climáticos. Vamos desenvolver o plano estadual de recursos hídricos e o plano para conservação das nascentes”, pontuou.
Execução
O plano é composto por seis eixos, que envolvem: gestão institucional integrada, seguranças hídrica e alimentar, sustentabilidade econômica, conhecimento e inovação, prevenção e combate a incêndios, diálogo com a sociedade civil.
Serão investidos R$ 798 milhões, com a construção de cisternas, limpeza e recuperação de barragens, monitoramento atmosférico e combate a incêndios, por exemplo.
A execução das medidas será coordenada pela Secretaria de Planejamento (Seplan). O gestor da pasta, secretário Washington Bandeira, disse que 106 municípios do Piauí compõem uma lista de prioridades do Governo para medidas emergenciais de combate à seca.
“Vamos envolver todos os órgãos relacionados à questão da estiagem e de apoio à população que é vítima disso através dessa estratégia de colocar os dados e avaliando as devidas ações”, afirmou.
Segurança hídrica
A secretária da Agricultura Familiar, Rejane Tavares disse que serão distribuídas cisternas à população mais afetada pelas altas temperaturas. A distribuição será feita mediante um diagnóstico prévio das áreas mais prejudicadas.
“Entra na estratégia de segurança hídrica. Nós vamos ter construção de cisternas para consumo, que tem a previsão de 9 mil, e mais 4 mil cisternas para apoio à produção. Ela permite garantir a manutenção da produção e a sobrevivência da família, do próprio consumo e das atividades produtivas”, disse.
