13 de julho de 2025

Estresse pode gerar ataques de cães aos tutores, explica adestrador

Mayrla Torres

Repórter
Publicado em 20/03/2024 16:50

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Cachorro (Foto: Pixabay)

Dois casos de ataques de cachorros chamaram a atenção na cidade de Teresina (PI). Na manhã desta quarta-feira (20), uma criança, de oito anos, morreu após ser atacada por um pitbull dentro da casa onde mora com a família. Não há detalhes da causa do ataque.

Já a influencer Eryka Costa ficou ferida ao ser mordida pelo cachorro de estimação, na terça-feira (19), ao tentar beijá-lo no rosto.

O médico veterinário e adestrador de cães, Júlio Cesar Magalhães, explica que os comportamentos aos quais os cães se expõem são constantemente ignorados pelos tutores; muitas vezes, por desconhecimento, o que pode causar os ataques graves.

“Durante o processo de domesticação dos cães, eles aprenderam a fazer leitura dos nossos comportamentos, já o contrário não acontece. Existem comportamentos humanos que podem não ser compreendidos pelos cães”, comenta o médico.

O adestrador cita que o abraço, o aperto de mão e a aproximação de rosto entre os cães e os humanos precisam ser melhor analisados. “Por isso, vemos vídeos de cães agitados quando isso acontece, saltando, latindo e, visivelmente, estressados com a situação”, explica.

SINAIS 

O médico conta que existem sinais de apaziguamento demandados por cães a outros cães no intuito de reduzir o estresse provocado por alguma estimulação.

Sinais como bocejar, desviar o olhar, chacoalhar e desaproximar são alguns exemplos que podem determinar estresse baseado em um contexto.

“Conhecer esses sinais é de suma importância para o relacionamento tutor-cão para evitar conflitos. Se levarmos em consideração a constante relação que ocorre entre tutor e cão, existem as tentativas de abraços, beijos, apertos onde o cão não foi previamente treinado e chegaremos aos casos considerados ‘ataques de um cão'”, comenta.

Segundo Julio Cesar, o cão sempre demanda sinais de apaziguamento que, às vezes, são ignorados pelos humanos. Estes sinais de apaziguamento podem gerar sinais mais intensos como rosnar, paralisar e ereção de pelos até chegar na mordida.

A mordida, conforme explicado pelo especialista, vem da necessidade de gerar o distanciamento do humano e, assim, aliviar a tensão.

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