Fui surpreendida em 2024 com uma demanda crescente de pacientes adultos diagnosticados com autismo, o que me levou a buscar especialização para melhor acolher esses indivíduos e ajudá-los a ajustar essa compreensão no seu cotidiano. Atualmente, atuo em São Paulo realizando Análise do Comportamento e tenho o compromisso de oferecer um atendimento de qualidade a esse público. Nos Estados Unidos, a prevalência do autismo até 2023 era de 1 em 36, segundo o CDC.
Critérios Diagnósticos Atuais para o TEA
Os critérios para o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) estão definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5) e na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10ª Revisão (CID-10).
DSM-5:
– Déficits persistentes na comunicação social e na interação social. Esses déficits devem ocorrer em múltiplos contextos.
– Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
– Os sintomas devem estar presentes desde a infância e causar prejuízos significativos no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida da pessoa.
– O TEA é categorizado em três níveis de gravidade com base na necessidade de apoio:
– Nível 1: Requer apoio
– Nível 2: Requer apoio substancial
– Nível 3: Requer apoio muito substancial
CID-10:
– Classifica o TEA como um Transtorno Global do Desenvolvimento não Especificado, caracterizado por anormalidades qualitativas nas interações sociais recíprocas e na comunicação, juntamente com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo.
O diagnóstico do TEA deve ser realizado por profissionais de saúde qualificados, como psiquiatras, psicólogos, neuropediatras ou pediatras do desenvolvimento, por meio de uma avaliação abrangente que considere os critérios diagnósticos e a história clínica do indivíduo.
Avaliação para Fechar o Diagnóstico
A avaliação etiológica do TEA envolve a investigação das possíveis causas subjacentes ao transtorno. Essa avaliação é essencial para compreender melhor a origem do TEA em cada indivíduo e pode incluir diferentes aspectos, tais como:
1. Antecedentes Familiares Relevantes: Investigação de histórico familiar de TEA ou de outros transtornos neuropsiquiátricos, dado que fatores genéticos podem desempenhar um papel na etiologia do TEA.
2. Antecedentes Gestacionais, Parto e Pessoais: Avaliação de possíveis complicações durante a gestação, parto e desenvolvimento inicial da criança, que podem estar associadas ao TEA.
3. Desenvolvimento Pregresso: Identificação de marcos do desenvolvimento que chamaram a atenção, como atrasos na linguagem, interações sociais atípicas ou comportamentos repetitivos.
4. Sinais e Sintomas de TEA: Observação e avaliação dos sintomas característicos do TEA, como déficits na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
5. Exame Físico Completo: Realização de um exame físico abrangente, que pode incluir a identificação de dismorfismos, alterações no perímetro cefálico e outras alterações neurológicas que possam estar relacionadas ao TEA.
É fundamental que a avaliação etiológica do TEA seja realizada por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir geneticistas, neuropediatras, pediatras do desenvolvimento, psicólogos e outros profissionais de saúde especializados no diagnóstico e tratamento de transtornos do neurodesenvolvimento. Essa abordagem integrada permite uma avaliação mais abrangente e individualizada, considerando as especificidades de cada caso.
Ao nos especializarmos e nos dedicarmos a entender melhor o Transtorno do Espectro do Autismo, não apenas oferecemos um atendimento de qualidade, mas também promovemos um ambiente de acolhimento e compreensão para aqueles que vivem com o TEA. Isso fortalece nosso compromisso em apoiar e integrar essas pessoas em nossa sociedade, garantindo que recebam o respeito e a atenção que merecem.
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