Vídeo: caravelas-portuguesas provocam mais de 40 casos de queimaduras em Luís Correia

As queimaduras provocadas pelo contato com a toxina das caravelas-portuguesas causam uma dor intensa, que pode durar até 24 horas.

Andressa Lopes e Tiago Mendes (TV Clube)
andressalopes@tvclube.br

O fim de semana em Luís Correia, no litoral do Piauí, foi marcado pelo aparecimento de milhares de caravelas-portuguesas, que soltam toxinas capazes de provocar queimaduras, nas praias da cidade.

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade, mais de 40 casos de queimaduras foram registradas em 24 horas; entre as vítimas estavam crianças e adultos.

As queimaduras provocadas pelo contato com a toxina das caravelas-portuguesas provocam dor intensa. O aparecimento desses animais nas praias é comum nesta época do ano, mas a quantidade observada nos últimos dias chamou a atenção.

A bióloga Liliane Souza explicou que o fenômeno pode estar relacionado ao aumento da temperatura do mar, causado pelas mudanças climáticas.

“Estamos vivendo uma crise climática que ‘favorece’ algumas situações dessas. No período reprodutivo, a temperatura mais alta das águas intensifica a reprodução”, explicou.

Além disso, ventos fortes que atingiram o litoral na última terça-feira (17), provocando uma ressaca que destruiu 15 barracas, também contribuíram para o aumento no número de caravelas.

A bióloga ressaltou que o avanço da maré é influenciado pela lua, mas também está ligado à intervenção humana no meio ambiente

Orientações aos banhistas

Segundo o tenente Alves Silva, do Corpo de Bombeiros de Parnaíba, os banhistas queimados pelas caravelas precisam sair imediatamente do local e lavar a área afetada com água do mar ou aplicar uma compressa fria.

“A água salgada tem um efeito analgésico e ajuda a aliviar a dor”, explicou o tenente.

Além disso, o banhista deve:

  • Lavar o local abundantemente com água do mar;
  • Nunca lavar com água doce;
  • Não esfregar (risco de espalhar a toxina e aumentar o tamanho da lesão);
  • Usar um objeto para retirar com muito cuidado os tentáculos que ficarem presos à pele, como uma pinça, um palito de picolé ou um cartão;
  • Levar para casa uma garrafa com água do mar para continuar lavando o local.
Caravela-portuguesa queimam banhistas na praia (Foto: bombeiros do Piauí)

O que são as caravelas-portuguesas?

A caravela-portuguesa (Physalia physalis) é um organismo marinho que, apesar de parecer uma água-viva, é na verdade uma colônia de organismos especializados que trabalham em conjunto.

Seu aspecto mais característico é a “bolsa” flutuante, que se assemelha a uma vela, e seus tentáculos, que podem alcançar até 30 metros de comprimento. Esses tentáculos possuem células urticantes que liberam uma toxina ao entrar em contato com a pele, causando queimaduras dolorosas.

A caravela-portuguesa pode causar queimaduras mesmo depois de morta. Seus tentáculos continuam ativos por um tempo após a morte, por isso, é importante evitar tocar em caravelas que estejam na areia ou flutuando, mesmo que pareçam mortas.

 

 

 

 

 

 

 

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