Fraude: cidade de Paquetá tem quase metade da população inscrita no EJA

Pessoas mortas estão matriculadas em escolas, com presença registrada e notas

Um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) demonstrou alto volume de alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA), revelando possíveis irregularidades e fraudes no sistema educacional.

Segundo o Fantástico, que teve acesso ao relatório do CGU, a cidade de Paquetá (PI), com 3.813 habitantes, possui o maior número proporcional de matrículas da EJA do Brasil, com quase metade da cidade inscrita no programa.

Um dos nomes que aparecem na lista dos matriculados, Luiz Reis dos Santos, faleceu em  2017, mas constava com matriculado em 2022 e 2023.

O Fantástico também descobriu um aluno matriculado em Paquetá e, ao mesmo tempo, preso em Rondônia, além de um sargento aposentado do Distrito Federal e sua esposa localizados em Goiás.

Valdeci Roque Cruz, falecido em 2018, também constava na lista de alunos. A filha de Valdeci, que é professora na mesma escola onde ele estava matriculado, afirmou que ele foi retirada do censo assim que faleceu.

A Prefeitura de Paquetá recebeu cerca de R$18,5 milhões em repasses do Governo Federal, segundo a CGU. O assessor jurídico da prefeitura, Daniel Leonardo, afirmou que todos os alunos matriculados comparecem às aulas e a lista de presença foi enviada ao Ministério Público para investigação.

A prefeitura enviou uma nota dizendo que os nomes de mortos na lista foram retirados em 2020, mas que, por um erro do sistema, continuaram ali. A nota diz ainda que o problema foi relatado ao INEP e os nomes retirados depois.

O deputado estadual Thales Coelho, prefeito de Paquetá durante 2017 a 2022, informou que não teve conhecimento de irregularidades na EJA durante sua gestão.

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