No Piauí, apenas 24% dos bebês fizeram teste do pezinho na primeira semana

O Dia Mundial das Doenças Raras reforça a importância do teste do pezinho para identificar diversas doenças de forma precoce.

Teste do pezinho (Foto: g1)

No Dia Mundial das Doenças Raras, comemorado nesta terça-feira (4), os órgãos de saúde reforçam a importância do teste do pezinho para identificar diversas doenças de forma precoce e intervir antes que elas provoquem sequelas graves ou até mesmo levem à morte.

Conforme o levantamento da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, nos estados do Piauí e Pernambuco, apenas 24% dos recém-nascidos realizaram o teste do pezinho na primeira semana de vida, enquanto em Brasília, a proporção sobe para 97%.

Atualmente, sete doenças podem ser diagnosticadas pelo teste do pezinho, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS): fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita. Apenas o Distrito Federal oferece exames ampliados que identificam até 62 doenças.

A professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Tânia Bachega, reforçou a importância que o teste seja feito depois de 48 horas, mas antes do quinto dia de vida do bebê.

“Pela metodologia de análise dos exames, não dá para colher o teste antes porque daria falso negativo para bebês afetados, mas tem que ser realizado logo porque o teste do pezinho é um exame que detecta a suspeita. Se der positivo, rapidamente, o bebê deve fazer um exame mais preciso confirmatório. Se confirmou, é encaminhado para a rede especializada, onde ele vai receber o tratamento e a medicação”, explicou.

Uma das doenças detectadas pelo teste do pezinho é a hiperplasia adrenal congênita, uma condição que pode levar o bebê à morte por desidratação em poucos dias, mas, se for diagnosticada logo, o tratamento é acessível e pode garantir que o bebê se desenvolva sem qualquer sequela.

Outra doença hormonal rara que pode ser detectada pelo teste do pezinho é o hipotireoidismo congênito, “a causa mais frequente de deficiência intelectual grave que pode ser totalmente evitável com tratamento precoce”, diz Tânia Bachega. Para não haver risco de sequelas, o bebê precisa ser diagnosticado e começar a receber o hormônio da tireoide com menos de 30 dias de vida.

A especialista frisou que o governo federal precisa intensificar a fiscalização, para saber se os estados e municípios estão cumprindo as normas do Programa Nacional de Triagem Neonatal, instituído em 2001. A médica acrescenta que as verbas federais para a aquisição de kits de testagem precisam ser reajustadas, para evitar desabastecimento.

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Fonte: Agência Brasil


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