
Mayrla Torres e Jonas Carvalho
mayrlatorres@tvclube.com.br
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) vai permanecer presa após passar por audiência de custódia, nesta sexta-feira (4), no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). Ela foi presa pela Polícia Federal, na quinta-feira (3), durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral.
A parlamentar é investigada pelos crimes de compra ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em âmbito eleitoral. A vereadora será transferida para o Quartel do Comando Geral (QCG), sob a prerrogativa da advocacia, uma vez que é advogada. Ontem, ela foi presa e passou a noite na sede da Polícia Federal.
Segundo a juíza Melissa de Vasconcelos, auxiliar da Corregedoria e coordenadora do Núcleo dos Juízes de Garantia, a audiência de custódia é um procedimento padrão para garantir os direitos do investigado e permitir que seja avaliada a legalidade da prisão.
“Foi realizada agora a audiência de custódia pelo magistrado responsável pelo processo, Dr. Luiz Henrique, e a audiência de custódia é uma etapa natural quando acontece uma prisão. É um direito daquele que é preso de ter contato com o magistrado e de pedir, por exemplo, a sua liberdade”, explicou Melissa Pessoa.
A defesa da vereadora entrou com pedido de liberdade, que será analisado pelo Ministério Público antes de uma nova decisão do magistrado.
A magistrada também afirmou que o Ministério Público deve se manifestar no prazo de cinco a dez dias sobre o pedido de liberdade feito pelos advogados da vereadora. Enquanto isso, Tatiana Medeiros continuará presa. “Por enquanto, sim, mas vamos esperar. Existem medidas que os advogados podem propor, como habeas corpus, então vamos aguardar a tramitação natural desses remédios”, concluiu.
Em entrevista, o advogado de defesa Edson Araújo comentou sobre a decisão do juiz Luiz Henrique de manter as medidas cautelares no caso.
“O Dr. Luiz Henrique entendeu que manteria todas as cautelares. Normalmente, o juiz que prende não é o mesmo que faz a audiência de custódia, mas aqui coincidiu. Ele poderia revogar, mas optou por esperar a conclusão. A defesa agora estuda medidas, como um pedido de revogação ou habeas corpus, para dar uma resposta o mais rápido possível”, informou.
PRISÃO
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (3), durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral. Na mesma operação estão sendo alvos servidores comissionados da Câmara Municipal de Teresina (CMT), da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí (Sesapi).
NAMORADO ENVOLVIDO COM FACÇÃO
No ano passado, em 14 de novembro, a casa da vereadora foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão, durante uma operação do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) contra lavagem de dinheiro referente ao tráfico de drogas.
Na época, a investigada não era a parlamentar, mas o namorado dela, identificado como Alandilson Cardoso Passos, suspeito de integrar a organização criminosa especializada no tráfico e em lavagem de dinheiro.
Ele estava foragido no momento da operação e foi preso posteriormente em um hotel na cidade de Belo Horizonte (MG). Segundo o delegado Samuel Silveira, Alandilson estava acompanhado de Tatiana no momento da prisão. Os dois estariam viajando juntos.
Após a operação, a Polícia Civil do Piauí indiciou o empresário Josimar Barbosa e Alandilson Cardoso Passos, namorado da vereadora eleita de Teresina, por lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
ONG ALVO DE OPERAÇÃO
Em 17 de dezembro do ano passado, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na organização não governamental (ONG) “Vamos Juntos”, fundada pela vereadora eleita Tatiana Medeiros (PSB).
As buscas foram realizadas no âmbito da primeira fase da Operação Escudo Eleitoral, que investiga a atuação de facções criminosas no processo eleitoral das eleições municipais de 2024.
Na ação, foram apreendidos R$ 100 mil. No entanto, a parlamentar afirmou que os R$ 100 mil em espécie encontrados no apartamento da parlamentar eram provenientes de uma herança familiar e afirmou que “tudo meu é declarado”.
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