
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus e manteve a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica para o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, investigado por corrupção, prevaricação, supressão de documento e tráfico de influência no Piauí. A decisão é do ministro Og Fernandes e foi publicada na última quarta-feira (24).
A defesa alegou que a prorrogação das medidas cautelares representava constrangimento ilegal, citando a ausência de fatos novos e o agravamento da saúde mental do investigado. No entanto, o ministro entendeu que as medidas continuam necessárias para resguardar a instrução criminal, considerando a gravidade dos crimes e o fato de ainda haver investigações em andamento.
O pedido para suspensão do monitoramento eletrônico foi rejeitado, e o investigado seguirá com restrições enquanto persistirem os fundamentos que justificaram sua imposição.
Relembre
O promotor Maurício Verdejo foi denunciado pelo empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa, que procurou a Polícia Federal afirmando ter sido abordado pelo agente do Ministério Público em um restaurante. De acordo com a denúncia, o promotor teria cobrado R$ 3 milhões para arquivar um processo, dando um curto prazo para o pagamento.
Após uma semana de investigação, a equipe da PF confirmou a denúncia e registrou o recebimento de parte do valor pelo investigado. Segundo a Polícia Federal, Maurício Verdejo recebeu R$ 900 mil, valor apreendido no dia 7 de agosto. Também foram recolhidos documentos e aparelhos eletrônicos na residência do suspeito.
“Vamos tomar uma para comemorar”
A Rede Clube obteve imagens exclusivas das investigações da Polícia Federal (PF) contra o promotor de Justiça e o ex-assessor técnico do Ministério Público do Piauí (MP/PI), suspeitos de exigirem R$ 2 milhões para o arquivamento de um processo. As imagens, registradas por uma câmera escondida, revelam o suposto pagamento de parte da propina durante um encontro realizado no início de agosto deste ano.
No vídeo, o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e seu assessor, André Ricardo Bispo Lima, explicam ao empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa como será conduzido o arquivamento do processo. Além disso, é possível ver e ouvir o promotor convidando o empresário para comemorar o encerramento da investigação.
“Vou pegar tudo, fazer a análise, dizer que não tem nada e pronto. Quando passar dessa fase, vamos tomar uma para comemorar”, afirma o promotor.
Veja também:
MPPI oferece denúncia contra promotor e assessor por exigir dinheiro para arquivar processo
Promotor de justiça é suspeito de exigir R$ 3 milhões para arquivar processo de empresário
Promotor suspeito de receber propina é afastado e proibido de entrar no MPPI
MPPI exonera assessor de promotor investigado por exigir dinheiro para arquivar processo
Promotor suspeito de pedir propina tem bens bloqueados e usará tornozeleira
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e entre no nosso Canal.
Confira as últimas notícias: clique aqui!