
Inspirados pelos ensinamentos religiosos do Papa Francisco, inúmeros religiosos em todo o mundo sentiram o chamado de seguir uma vocação. Uma dessas pessoas é o seminarista Matheus Soares, de 25 anos. Ao Portal ClubeNews, ele contou que o papa teve influência no início do seu discernimento a querer ser mais simples de coração e honesto diante de Deus.
Matheus relata que uma das suas inspirações, ainda na infância, foi o Padre Marcelo Rossi, presente em programas que ele acompanhava pela televisão. O religioso conta que durante o carnaval de 2012, ao participar do Festival do Senhor, evento promovido pela Renovação Carismática Católica, sentiu um chamado especial.
“No momento de adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento, o condutor profetizou o chamado vocacional a alguns que ali estavam, no mesmo momento da proclamação daquela palavra, eu me senti profundamente tocado pela graça de Jesus Cristo. Foi um toque de amor tão impactante que me desatei a chorar e não consegui mais ficar ajoelhado. Sentado ao chão fiquei sem palavras, tentando entender aquela realidade que me esmagava de uma forma tão suave e trazia alegria”, explicou.
O seminarista relatou que contar aos pais foi difícil devido às expectativas criadas com o futuro do filho. Além disso, ressaltou que, por sentir o chamado ainda jovem, Matheus sentiu tratamento diferente dos colegas que estudavam com ele na escola.
“A primeira dificuldade de quase todos os vocacionados é a de dizer para a sua família, porque há uma tensão entre aquilo que nossos pais esperam de nós e a coragem aventureira de seguir um caminho que a princípio é desconhecido. Outra dificuldade natural foi ter que suportar um tratamento diferente dos colegas de escola, que por vezes tratavam-me de forma pejorativa ou simplesmente omitiam brincadeiras próprias da juventude pelo fato de eu querer ser padre”, acrescentou ele que disse que as dificuldades se ajustaram com o tempo.

Estilo de vida religioso
Matheus, que está no último ano do curso de Teologia, explicou que o tempo no seminário busca promover formação espiritual bem definida e ordenada aos seminaristas.
“Com programações pessoais e comunitárias, tais como a missa diária, liturgia das horas, adorações ao Santíssimo Sacramento, leitura orante da Bíblia, devoção mariana e a oração pessoal. Mais do que momentos, é um estilo de vida, pois sem uma vida de oração não há um autêntico descobrimento da nossa identidade e, por conseguinte, da vocação. Tenho a esperança de poder servir bem a Deus através do povo que terei a responsabilidade de cuidar, sobretudo com os mais pobres e vulneráveis”, contou.