
Com informações da repórter Lays Viana
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Nesta segunda-feira (19), é comemorado o Dia Mundial da Doação de Leite Humano, data criada para estimular a doação, promover debates sobre a importância do aleitamento materno e incentivar ações em prol da vida de bebês prematuros e de baixo peso.
Em Teresina, o Banco de Leite da Maternidade Dona Evangelina Rosa é referência nesse trabalho. A doação de leite humano tem papel fundamental na recuperação de recém-nascidos que estão internados nas UTIs neonatais.
“A importância são inúmeras. Estudos vêm mostrando que o leite humano doado pelas mães ajuda principalmente os bebês internados nas UTIs, aqueles de baixo peso e prematuros de alto risco. Ajudando a aumentar a sobrevida deles e também a reduzir o período de internação e o risco de doenças que podem acometer as crianças. É importante para ajudar a recuperação do bebê”, explicou Nilmara Cunha, nutricionista do Banco de Leite da maternidade.
Segundo Nilmara, o leite doado passa por um rigoroso processo de análise até estar pronto para uso. “Temos um controle de qualidade. É um processo relativamente longo. Temos tanto uma análise sensorial para ver se aquele leite está ‘limpo’, quanto a análise físico-química, onde verificamos a acidez do leite. Também temos o controle microbiológico. Passa por uma série de etapas até, no final, ele estar disponível para distribuição”, detalhou.
Apesar de o estoque atual atender à demanda, a nutricionista alerta para a necessidade constante de doações. “Sabemos que é muito inconstante. Sempre fazemos campanhas de doação para sensibilizar essas mães, principalmente quando está chegando o período de férias escolares. Muitas mães viajam, então buscamos fazer essas campanhas para que elas possam vir fazer essa doação e ajudar os nossos bebês”, frisou.
Ato de amor e solidariedade
Para Anna Tamyres, mãe do pequeno João Estevão, de 8 meses, a doação de leite é um gesto de empatia. Ela é doadora e reforça o poder transformador desse ato. “É uma extensão do cuidado com o nosso próprio filho para com os outros bebês que tanto necessitam desse ato tão generoso que é a doação de leite”, diz.
Anna explica que a decisão veio após perceber que produzia leite além do necessário. “Eu sempre quis ser doadora. Sempre quis muito amamentar. Nos primeiros meses, percebi que além de leite para ele, eu tinha leite excedente. O que oportuniza de fato a doação é ter esse leite excedente. Optei por ser doadora”, contou.
Anna reforça a importância da conscientização entre as mães. “O leite é o ouro líquido, uma gota já salva bastante bebês. É um gesto muito simples, mas que transforma a vida de outros bebês. É uma extensão desse cuidado. Assim como o Estevam precisou um dia, talvez outros bebês que estejam em condições de prematuridade ou com mães que têm desafios na amamentação precisem. Mamães que estejam aptas se sintam convidadas a fazer esse gesto tão nobre” que é a doação de leite humano”, convidou.
Como doar?
O primeiro passo, segundo Nilmara, é que a mãe tenha leite excedente. Além disso, é necessário que a mulher esteja saudável e com os exames sorológicos feitos no pré-natal em mãos.
“Ela não pode estar tomando nenhum tipo de medicamento que contraindique essa doação, que geralmente pode ser antibióticos. Quando ela entra em contato com a gente, a gente faz toda uma listagem, uma pré-análise com essa mãe para que ela possa ser doadora”, explicou.
Para entrar em contato com o Banco de Leite, basta entrar em contato através das redes sociais, como WhatsApp ou Instagram. A coleta pode ser feita em casa e abrange todas as zonas de Teresina e Timon (MA).