
Um homem de 35 anos foi preso, na terça-feira (10), suspeito de estuprar e manter em cárcere privado uma adolescente de 15 anos com autismo, em Teresina.
A garota, que estava desaparecida desde a última sexta-feira (7), foi localizada por equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em uma residência no bairro Saci, zona Sul da capital.
Conforme o delegado Jorge Terceiro, da Delegacia de Desaparecidos do DHPP, a adolescente foi encontrada trancada dentro do imóvel, que estava com portão fechado por cadeado. Ela estava na cama ao lado do suspeito no momento em que a equipe de investigação chegou ao local.
“O imóvel estava trancado com cadeado, e ela foi encontrada junto com o indivíduo. A adolescente aparentava estar sob efeito de alguma substância e estava visivelmente abatida. Não falava e não conseguia relatar o que havia ocorrido”, afirmou o delegado.
A vítima foi levada ao Serviço de Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS), onde passou por atendimento médico e foram coletadas amostras para exames toxicológicos.
Ainda segundo o delegado, a jovem apresentou escoriações no rosto e está sendo acompanhada por profissionais de saúde e pela família. Em conversa com parentes, a adolescente afirmou não lembrar como chegou ao local onde foi encontrada.
As investigações começaram no fim de semana, quando o desaparecimento foi inicialmente registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas, devido à complexidade do caso, o inquérito foi transferido ao DHPP.
O suspeito foi autuado por cárcere privado e estupro de vulnerável e encaminhado à Central de Flagrantes. Ele permanece sob custódia da Justiça e passa por audiência de custódia nesta quarta-feira (11).
Em depoimento, alegou que teria encontrado a adolescente andando sozinha e que ela teria pedido abrigo. A jovem, em razão de seu estado de saúde, ainda não foi oficialmente ouvida.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente deve dar continuidade às investigações.
VÍTIMA ESTÁ EM ESTADO PÓS-TRAUMÁTICO
Rosymare Farias, advogada de defesa da família, relata que a adolescente está em estado pós-traumático porque sofreu nesses quatro dias “todo tipo de violência de gênero”. “Agora, está sendo assistida, apoiada, acolhida; vai passar por acompanhamento de equipe multidisciplinar”.
“Ela está em estado de vulnerabilidade permanente. Ela não tem uma noção real de uma menina de 15 anos, da realidade, devido a toda essa situação de vulnerabilidade. Ela toma medicamentos controlados”, comentou a advogada.