
A juíza Maria Zilnar Coutinho Leal decidiu, nesta quarta-feira (18), que o influenciador Pedro Lopes Lima Neto, o Lokinho, e seu namorado Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa, acusados de causar um acidente de trânsito que matou duas mulheres e deixou duas crianças feridas, não serão julgados pelo Tribunal do Júri. O acidente aconteceu na BR-316, zona Sul de Teresina.
O Ministério Público recorreu, afirmando que o motorista do carro estava em alta velocidade e teria feito uma manobra perigosa de propósito, o que mostraria que ele assumiu o risco de provocar o acidente. Essa tese, se aceita, levaria o caso ao Tribunal do Júri, responsável por julgar crimes como homicídio.
No entanto, a juíza do caso não concordou com esse argumento. Segundo ela, as provas do processo, incluindo um laudo pericial, não confirmam que o motorista estava em velocidade acima do permitido ou que tentou assustar as vítimas. Por isso, manteve a decisão anterior, que já havia afastado a possibilidade de julgamento por homicídio com dolo (quando há intenção ou se assume o risco de matar).
Com isso, o processo seguirá na Justiça comum, com base em outro tipo de crime, que ainda será analisado. O recurso do Ministério Público será enviado ao Tribunal de Justiça, que vai decidir se mantém ou não essa decisão.
Câmera de segurança flagrou acidente
Imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que os blogueiros Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como Lokinho, e Stanley Gabryell Ferreira de Sousa, o Brizaac, estavam em um carro que atropelou e matou pedestres na BR-316, na zona Sul de Teresina (PI).
Duas mulheres, identificadas como Kassandra e Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, morreram com o impacto do veículo. Após o atropelamento, Tiago Henrique do Nascimento, de 38 anos, foi morto a tiros por um policial militar.
Laudo da PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou, no laudo pericial do acidente de trânsito que matou duas mulheres e feriu duas crianças, que o veículo era dirigido por Stanlley Gabryell e que ele fez manobras de mudanças de faixa sem motivos aparente.
“O veículo vinha fazendo manobra de mudança de faixa no caso anterior do momento do acidente. Ele mudou de trajetória da esquerda para faixa da direita, da pista marginal. Aparentemente, não tem nenhum elemento que pudesse fazer com que ele induzisse esta manobra, vindo a atropelar os quatro pedestres, que se encontravam no bordo da pista”, disse o inspetor Isaías Segundo.
Filha de vítima relembra últimas palavras da mãe
“As últimas palavras que escutei da minha mãe foram: ‘Maria, olha o carro!’. Foi quando eu virei para não pegar na minha irmã”, relembra Maria Sueli, de 10 anos, sobrevivente do acidente que matou sua mãe, Kassandra Oliveira, e Marly Ribeiro da Silva na BR-316, zona Sul de Teresina.
Maria Sueli sofreu traumatismo craniano encefálico e passou 25 dias em coma induzido no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). “Quando eu acordei, olhei por tudo e não vi ela. Aí perguntei: ‘Cadê ela?’ Me responderam que ela tinha falecido”, contou.
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