A sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre os produtos de origem brasileira repercutiu entre os parlamentares da bancada federal do Piauí no Congresso Nacional. Um dos principais setores afetados no estado piauiense seria o da produção de mel, na cidade de Picos.
A tarifa só deverá valer a partir do dia 1° de agosto, mas o deputado federal Flávio Nogueira (PT) defendeu que o Governo Federal abra negociações com o país norte-americano para remediar a situação. Segundo o parlamentar, todas as exportações do país foram prejudicadas.
“Até o mel do Piauí, o melhor de todos os fabricados naquela região do Nordeste, teve a sua exportação prejudicada. Cancelamentos de pedidos foram chegando de uma vez às sociedades, que fabricam esse mel no estado do Piauí. Toda a exportação brasileira foi atingida”, disse o deputado.
O Palácio do Planalto enviou, na terça-feira (15), uma carta ao Governo do presidente Donald Trump, manifestando “indignação” com o tarifaço. O documento foi assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
“Governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto. A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”, diz um trecho da carta.
O líder da bancada do Piauí no Congresso, Merlong Solano (PT), criticou a postura do governo norte-americano e se referiu à decisão como “insana”.
“A gente vê aqui que não apenas o Brasil sofre os efeitos negativos dessa decisão insana do presidente Trump. As empresas, os consumidores e os trabalhadores também sofrerão os efeitos desse tipo de política. Aqui no Brasil, sofrem o agronegócio, a mineração, o setor siderúrgico. No Piauí, o setor mais atingido é a apicultura”, disse Solano.
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