
O delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, confirmou nesta quarta-feira (23) que a segunda fase da Operação Reset será a identificação dos condutores favorecidos com a fraude do cancelamento de multas de trânsito e remoção de pontos das carteiras de habilitação.
Entre os favorecidos pelo esquema estariam condutores, empresas e autoridades políticas da antiga gestão. O Deccor vai investigar se existia tráfico de influência para a fraude.
Segundo Luccy Keiko, a fraude funciona de forma diferente para as pessoas ligadas à gestão pública.
“Para os favorecidos da gestão havia exclusão dos débitos e da pontuação. E as pessoas, em geral, pagavam e tinham seus pontos levados à Carteira Nacional de Habilitação”, comentou.
Três alvos da operação foram identificados: o ex-superintendente da Strans, Bruno Pessoa, e o vice-presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP), Daniel Araújo, que passaram a usar tornozeleiras; e um comissionado que encontra-se foragido.
Conforme a investigação, parentes e os próprios investigados foram beneficiados com a exclusão de multas.
Favorecidos serão punidos
De acordo com o coordenador do Departamento de Combate à Corrupção (Deccor), delegado Ferdinando Martins, os favorecidos no esquema de cancelamento de multas de trânsito e pontos das carteiras de habilitação também serão punidos. A fraude causou um prejuízo superior a R$ 503 mil aos cofres do município.
O levantamento apontou que das 2 mil multas excluídas ilegalmente, 400 delas foram feitas fora do expediente de trabalho pelo comissionado.
“Foram ouvidos dois terceirizados durante a investigação. Existiam pagamentos de pequenas quantias, especialmente para os terceirizados que faziam a exclusão das multas. Queremos identificar agora de quem partia essas ordens”, destacou o delegado.
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