
Pioneiro na implementação de um programa de recuperação e alerta de aparelhos roubados ou furtados, a taxa de roubos e furtos de celulares no Piauí caiu 29,7%, de acordo com o Anuário da Segurança, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O relatório apontou que em 2023 houve 15.475 ocorrências de roubos, enquanto que no último ano foram 9.773.
O secretário estadual de segurança, Chico Lucas, destacou que todos os estados que adotaram o programa implantado no Piauí tiveram redução significativa no roubo e furto de celulares. Como resultado, pela primeira vez no país, os roubos atingiram o menor patamar desde o início da série histórica.
“Foi no nosso estado que a política de restituição de celulares ganhou forma, virou referência nacional e passou a ser adotada por outros estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, já está devolvendo aparelhos aos donos com base no protocolo criado por nós. O programa Celular Seguro, hoje usado em todo o Brasil, também tem base piauiense”, destacou.
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A quantidade de furtos, quando a subtração do bem material ocorre sem violência ou ameaça, também diminuiu no estado. Assim, conforme o Anuário:
- Em 2023 foram 7.663 registros, enquanto que em 2024 foram 6.411, uma redução de 16,34%;
- A taxa por 100 mil habitantes no início período analisado saiu de 227,7 para 189,9 no último ano.
Piauí lidera ranking de devolução de celulares

O relatório mostrou ainda que o Piauí ocupa a primeira colocação na taxa por 100 mil habitantes quanto à devolução de celulares aos seus respectivos proprietários entre todas os estados, com índice de 174,9. Em segundo lugar ficou o Pernambuco, com 107,0. Já a taxa nacional é de apenas 33 entregas por 100 mil habitantes.
Os índices apontaram ainda que os números de restituições no estado saltaram de 4.162 restituições em 2023 para 5.903 em 2024, um aumento de 41,82%.
Entre as medidas que tornam o Piauí destaque na categoria está o intenso combate da Polícia Civil ao roubo e receptação de aparelhos celulares, como a Operação Interditados, com fechamento de estabelecimentos que compram os equipamentos para revender.
Além disso, é realizado o rastreio pelos agentes de segurança dos celulares com registros de furto ou roubo, a fim de mapear a localização do aparelho e notificar os proprietários quanto à recuperação.
“No Piauí, implementamos uma política pública de repressão ao roubo e furto de celulares que se tornou referência nacional. Essa política atua em várias frentes: além da recuperação e devolução de aparelhos por meio das restituições em massa realizadas todos os meses, também combatemos diretamente os lojistas que comercializam celulares roubados ou furtados e responsabilizamos os consumidores finais que adquirem esses aparelhos de origem ilícita”, frisou o superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí, delegado Matheus Zanatta.
Zanatta também destacou o trabalho de conscientização da população, por meio de campanhas educativas, orientando os cidadãos a não comprarem celulares de procedência duvidosa.
“Quem compra celular roubado ou furtado está alimentando a cadeia do crime, contribuindo não apenas para novos furtos e roubos, mas até mesmo para crimes mais graves, como o latrocínio”, pontuou.
Golpes aumentam
Na contramão dos roubos de celulares no estado, os registros de estelionato e estelionato por meio eletrônico tiveram alta no Piauí entre os anos de 2023 e 2024, segundo o Anuário.
O estelionato é um crime contra o patrimônio e caracteriza-se pela fraude e obtenção de benefício indevido por meio de indução de outras pessoa ao erro.
Conforme os dados, foram constatadas 17.606 ocorrências em 2023, com uma taxa de 523,1 por 100 habitantes. No ano seguinte os números chegaram a 19.695 e a taxa subiu para 583,4. O crescimento equivale a 11,5%.
Em relação à prática envolvendo meios eletrônicos, os crimes aumentaram em 48,8%. Em 2023 foram feitas 595 denúncias, com uma taxa de 17,7 por 100 mil habitantes. Já em 2024 foram registrados 888 golpes, com a taxa alcançando 26,3.