4 de outubro de 2025

Empresas de fachada e envolvimento de empresários em Teresina; entenda como funcionava esquema de lavagem de dinheiro do tráfico

A Operação Capital Oculto investiga os suspeitos e, nesta quinta-feira (31), até o momento, 15 pessoas foram presas e cerca de 50 veículos foram apreendidos, entre carros e motos.
Editor
Publicado em 31/07/2025 15:50

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Empresas investigadas por suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em Teresina (Foto: Polícia Civil)

Um grupo criminoso que atuava na compra e revenda de veículos é suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas em Teresina. A Operação Capital Oculto investiga os suspeitos e, nesta quinta-feira (31), até o momento, 15 pessoas foram presas e cerca de 50 veículos foram apreendidos, entre carros e motos.

Em um relatório robusto divulgado pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), o principal objetivo da ação policial era combater o esquema criminoso de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, liderado por Alandilson, namorado da vereadora Tatiana Medeiros. Um dos principais envolvidos no esquema criminosa, identificado como Deivison José Santos Lima, está foragido.

Alandison Cardoso é o principal suspeito de liderar o esquema criminoso. (Foto: Reprodução)

A investigação aponta que os envolvidos movimentaram, em menos de quatro anos, a quantia de R$ 53,48 milhões. Só em veículos, o valor estimado é de R$ 8,07 milhões. As investigações começaram em 2021 e os dados foram coletados até 2024. A polícia também apura a movimentação financeira de terceiros, que já chega a R$ 123 milhões. Apesar da prisão de Alandilson em 2024, o esquema criminoso continuou em operação.

“Esse esquema criminoso permanece independente da prisão de A ou de B, pois ele é relacionado a uma facção criminosa. Não é a individualidade de uma pessoa que vai barrar a continuidade. É claro que esses fatos, eles foram apurados no período em que Alandilson ainda estava em liberdade”, contou um dos investigadores.

Envolvimento de empresários

O delegado Samuel Silveira explicou que nove empresários estão sendo investigados, mas alguns deles eram apenas laranjas, figurando formalmente nas empresas, sem participação na administração dos negócios. “Eram utilizadas para figurar apenas formalmente nas empresas”, disse.

Uma das empresas investigadas tem como proprietário Alandilson Passos, apontado como líder da organização criminosa. No local atualmente funciona uma clínica de odontologia, mas anteriormente abrigava uma escola de boxe. A empresa foi registrada para atuar no ramo de comércio de veículos automotores, embora nunca tenha exercido essa atividade de fato.

Já um outro estabelecimento usado para lavagem de dinheiro funcionava, no papel, para prestação de serviço de turismo, mas no local os policiais constataram apenas uma residência comum, levantando fortes indícios de lavagem de dinheiro.

Um dos mandados de prisão foi cumprido em uma loja de revenda de carros localizada na Avenida Barão de Gurgueia. Os demais foram executados na Vila Dagmar Mazza, zona Sul; no bairro Santa Isabel, zona Leste; e em um condomínio às margens da BR-343.

Em outro caso envolvendo empresa usada para lavagem de dinheiro, um dos principais investigados, Deivison José, registrou uma farmácia como nome fantasia. No entanto, no endereço informado funciona uma farmácia com nome diferente, pertencente a outra pessoa, sem qualquer vínculo com a empresa registrada por ele.

No total, a ação buscava cumprir 76 ordens judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão. Um organograma aponta a ligação de todos os investigados no esquema milionário de lavagem de dinheiro na capital. Para conferir todos os envolvidos, inclusive os estabelecimentos usados para a lavagem de dinheiro, basta acessar o relatório completo no final da matéria.

Apreensão de veículos

O delegado Anfrísio Castelo Branco acompanhou o processo de recolhimento dos veículos, que foram encaminhados ao Denarc. Cerca de 50 automóveis foram apreendidos durante os mandados de busca e prisão.

Um dos veículos apreendidos na operação (Foto: Ravi Marques/TV Clube)

“Aqui vai dar origem a inquérito policial e vamos analisar o que foi apreendido e das conexões a respeito de lavagem de dinheiro com tráfico e, ao final, o indiciamento e o envio à Justiça”, afirmou.

Envolvimento da ex-companheira

O suposto líder da organização criminosa ficou conhecido por financiar a campanha da vereadora Tatiana Medeiros, mas também teria envolvido a ex-companheira no esquema de lavagem de dinheiro. Carla Bianca Silva Lima, conhecida como “Bibi do Pó”, está entre os investigados.

Carla Bianca Silva Lima, conhecida como “Bibi do Pó” (Foto: Reprodução)

Ela já foi presa outras vezes, suspeita de tráfico de drogas. Até o momento, não há confirmação se foi presa durante a operação ou se segue foragida.

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