
Nos dias de hoje, vivemos imersos em um oceano digital onde os algoritmos governam nossas interações, escolhas e até preferências. Morango do amor te lembra algo? Labubu? Redes sociais e plataformas de streaming moldam nossas experiências online, oferecendo conteúdos que, teoricamente, “encaixam” com nossos gostos. Fica então o questionamento: até que ponto essas sugestões realmente refletem o que gostamos ou estamos apenas seguindo um script?
O Poder dos algoritmos
Cada curtida, clique ou pesquisa por algo que estamos interessados na internet é analisado por algoritmos que, com o tempo, nos conhecem cada vez mais. Eles não apenas nos mostram o que consumimos, mas tentam prever o que gostaríamos de ver a seguir, criando um ciclo de recomendações. Isso pode ser vantajoso, já que facilita a descoberta de novos conteúdos, mas também limita nossas opções, já que somos apresentados quase exclusivamente a informações que confirmam nossas preferências anteriores.
O problema está em como esse processo, em vez de ampliar nosso campo de visão, pode nos prender a uma bolha digital, onde as opções se tornam cada vez mais previsíveis. Acabamos sendo guiados, sem perceber, para um caminho estreito de escolhas que o algoritmo definiu para nós.
A ilusão do gosto próprio
O gosto próprio é, ou deveria ser, uma expressão de nossa identidade, moldado por experiências pessoais, cultura e reflexões próprias. No entanto, quando o algoritmo determina o que vamos consumir a todo momento, começamos a questionar: será que realmente estou escolhendo o que gosto, ou só estou seguindo o fluxo de sugestões do sistema?
Esse fenômeno é conhecido como a bolha de filtragem. O algoritmo filtra informações com base no que já consumimos, criando uma bolha de conteúdos que reforçam nossas crenças e interesses, sem nos expor a ideias ou experiências novas. O que é apresentado a nós parece ser uma escolha, mas na realidade é uma reprodução daquilo que o algoritmo acredita que queremos.
Recuperando a autenticidade
Embora os algoritmos desempenhem um papel prático, não podemos permitir que eles definam nossas preferências. Nesse resgatar pelo gosto próprio, é necessário se afastar do automática e questionar nossas escolhas e, se for o caso, dar um passo atrás das plataformas digitais. É hora de recuperar nossa autenticidade.
Embora o algoritmo nos ofereça conveniência, também nos prende em uma visão estreita do que é interessante ou relevante. A verdadeira liberdade vem além da tela, lado a lado das escolhas conscientes.