Com a duplicação da BR-343, as árvores têm perdido espaço para as máquinas, o que tem gerado incertezas entre os moradores da região. A obra prevê a duplicação de 4,2 quilômetros da via, no trecho entre a Avenida Zequinha Freitas e o Residencial Tancredo Neves, na zona Sudeste de Teresina.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), como parte das obras de adequação do contorno rodoviário de Teresina, foram retiradas árvores em duas áreas às margens da BR-343. A supressão vegetal alcança 34 hectares, o que equivale a aproximadamente 47 campos de futebol.
Dionísio Carvalho, ambientalista, alerta que obras como essa podem causar desequilíbrio ambiental e que o poder público deve analisar com atenção, pois durante o processo podem ser danificados possíveis vestígios históricos.
“São obras de impacto, como a construção de BRs ou qualquer outro tipo de intervenção que mexa com a fauna ou a flora. É por isso que o poder público precisa analisar os estudos ambientais e arqueológicos, porque também pode haver o encontro de algum sítio, que é importante para manter o equilíbrio”, afirmou.
Muitos comerciantes utilizam a área verde para vender lanches. São pelo menos oito empreendedores que, com o avanço das obras, agora temem ser retirados do local.
Raimundo Nonato, líder comunitário, afirma que a situação gera incerteza sobre o que vai acontecer com a fonte de renda desses trabalhadores. Ele também destaca que as árvores removidas beneficiavam toda a comunidade.
“Muitas pessoas vão ficar desempregadas, e ficam naquela angústia, naquela incerteza, sem saber o que fazer. Quanto às árvores, a gente vai sentir muita falta porque beneficiavam muitas pessoas e os animais, devido à sombra”, afirmou Raimundo.