
A morte da pequena Alice Brasil, de 4 anos, gerou grande comoção. A menina faleceu dentro de uma escola particular localizada na zona Leste de Teresina, após a queda de uma penteadeira sobre ela. A criança chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
O Portal ClubeNews fez um levantamento para reunir os posicionamentos da família, do colégio e da polícia. Em entrevista à imprensa, a mãe de Alice afirmou que o colégio não prestou esclarecimentos sobre o ocorrido. Por outro lado, o CEV divulgou uma nota com sua versão dos fatos. A Polícia Civil investiga o caso.
- Como aconteceu o acidente?
- Quem estava com criança no momento do acidente?
- Como foi o resgate?
- Como a família soube da tragédia?
- A família da vítima recebeu assistência?
- Quem investiga o caso?
1. Como aconteceu o acidente?
A fotógrafa Dayana Brasil, mãe de Alice, contou que recebeu duas versões sobre o acidente. A primeira que a filha tinha se machucado com um brinquedo e depois que uma penteadeira caiu sobre ela.
Já o Colégio CEV apresentou a versão de que até às 13h33 de terça-feira (5), a rotina na unidade transcorria normalmente. As crianças cinco crianças estavam na brinquedoteca aguardando o início das atividades da tarde ou a chegada de seus responsáveis, e que as brincadeiras ocorriam de forma tranquila.
Segundo a escola, por volta do horário mencionado, a aluna Alice estava deitada no chão, brincando, enquanto as outras quatro crianças circulavam pelo ambiente. Inesperadamente, uma das crianças entrou por debaixo do móvel — uma penteadeira infantil — e ao se levantar, o mesmo tombou e atingiu Alice.
2.Quem estava com criança no momento do acidente?
A família da vítima revelou que entre as crianças testemunhas do acidente estava o irmão gêmeo de Alice. De acordo com o pai, o major Cláudio Sousa, Artur presenciou o momento em que a irmã foi atingida pela penteadeira.
O CEV informou que os alunos estavam acompanhados por duas profissionais do Ensino Infantil dentro do espaço e por outra colaboradora na porta, controlando a entrada e saída.
3.Como foi o resgate?
A escola relatou que assim que Alice foi atingida pela penteadeira, de imediato, uma das professoras retirou o móvel, enquanto outra a levou rapidamente para a enfermaria da escola. A enfermeira iniciou os primeiros atendimentos e, ao constatar a gravidade da situação, acionou o Samu. Seguindo a orientação da central de regulação do Samu, a equipe escolar iniciou o deslocamento com Alice rumo ao posto de atendimento mais próximo, na região do bairro Satélite, indicado pelo Samu.
O CEV disse que dois diretores, uma coordenadora e dois colaboradores do colégio acompanharam este percurso. No entanto, antes de chegarem ao posto de atendimento, foi orientado pelo Samu, que estava realizando o atendimento por ligação telefônica, que a equipe do colégio parasse junto a uma ambulância, que os encontrou neste percurso.
Já a mãe de Alice contou que após chegar na UPA do Satélite e não encontrar a filha, foi informada por uma professora e compartilhado o localizador de onde estava a ambulância que socorria a criança. Dayana encontrou com o Samu em um sinal e disse que foi impedida de entrar na ambulância.
4.Como a família soube da tragédia?
Dayana relatou que no dia do acidente pretendia buscar os filhos mais cedo, para que pudessem abrir os presentes de aniversário. Alice e o irmão gêmeo Arthur tinham completado quatro anos um dia antes da tragédia.
A mãe de Alice contou que foi informada sobre o acidente por uma professora que estava saindo da escola e viu a criança sendo carregada para dentro de um carro, que estaria se deslocado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Satélite. Dayana tentou entrar em contato com outros funcionários da escola e a enfermaria, mas não obteve retorno, só depois soube que a filha estava dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva Móvel (UTI).
“Eles retiraram a minha filha da escola sem a minha autorização. A professora que me comunicou estava indo embora por acaso. Comecei a ligar para as outras professoras, mas ninguém atendia. Cheguei na UPA e fui informada de que ela não estava lá”, relatou Dayana Brasil.
Já a escola afirmou que durante todo o tempo, foram realizadas tentativas de comunicação com a mãe de Alice.
“Sem êxito, foi solicitado que a professora titular da turma continuasse as tentativas, até que, ela conseguiu comunicação com a mãe. Numa segunda ligação, em sequência, a professora enviou a localização exata, onde estava sendo realizado o atendimento de urgência na UTI móvel do Samu. Em seguida, os pais de Alice chegaram ao local”, informou o CEV.
5.A família da vítima recebeu assistência?
Dayana Brasil afirmou que não recebeu nenhum contato oficial do colégio CEV após o ocorrido. Segundo ela, uma ligação foi feita por um número desconhecido, supostamente pertencente ao presidente da instituição, mas até o momento ela aguarda um posicionamento formal do caso.
“Quero saber como aconteceu, como tudo começou. Quero saber o que foi feito por ela na escola depois do acidente. Quero saber o que foi feito pelo meu filho, que presenciou tudo. Quero saber como ela saiu da escola. Tenho todo o direito de saber, porque ainda não sei. Ninguém procurou a gente para esclarecer os fatos. Estamos esperando essa resposta”, declarou.
A escola disse que desde o primeiro momento, toda a equipe escolar esteve mobilizada oferecendo suporte, acionando profissionais de saúde, cuidando da preservação do local e garantindo atendimento aos demais alunos presentes.
“Infelizmente, após todos os esforços que duraram mais de quarenta minutos, os profissionais do Samu informaram aos pais que Alice não resistiu e veio a óbito. Em seguida, a aluna e seus familiares foram conduzidos ao Instituto Médico Legal (IML) da capital para os procedimentos necessários. A equipe escolar que acompanhava o caso dirigiu-se junto ao IML, e, pouco depois, chegaram também profissionais da equipe de psicologia e representantes do CEV Colégio (incluindo o presidente do Grupo CEV) para oferecer suporte completo e integral à família neste momento tão difícil”, comunicou.
O CEV informou que a equipe da escola acompanhou a família de Alice durante todo o processo, incluindo o velório, oferecendo apoio logístico e emocional, com a presença de profissionais e representantes da direção. Além do apoio oferecido exclusivamente à família, também disponibilizou acolhimento psicológico aos colegas e famílias.
Além do atendimento especializado disponibilizado à família de Alice, o CEV disse que estendeu suporte a todas as famílias impactadas. Profissionais de psicologia especializados em situações de fatalidade e tragédia como essa, estão disponíveis nos próximos dias para acolher alunos, pais e colaboradores.
6.Quem investiga o caso?
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). A polícia já analisou as imagens das câmeras de segurança, enviou perícia até o local do acidente e ouviu funcionários da escola. A família de Alice ainda não prestou depoimento.
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