13 de agosto de 2025

CPI do Déficit Bilionário em Teresina inicia nova fase após depoimento de ex-secretária de Finanças

O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, vereador Dudu (PT), após o depoimento da ex-secretária municipal de Finanças

Kelvyn Coutinho

Repórter
Publicado há 2 horas

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CPI do Déficit Bilionário realiza oitiva com a ex-secretária Gardênia Brito. (Foto: Kelvyn Coutinho/ClubeNews)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Déficit Bilionário na Câmara Municipal de Teresina (CMT) vai entrar em uma nova etapa de investigações após concluir o ciclo de oitivas com ex-gestores da área de finanças da administração anterior. O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, vereador Dudu (PT), após o depoimento da ex-secretária municipal de Finanças, Mônica Gardênia Brito, que comandou a pasta nos últimos 15 dias da gestão passada.

Segundo Dudu, o depoimento trouxe informações importantes, como o pagamento de mais de R$ 50 milhões no último dia de gestão referente à última parcela do chamado “BB 500” — operação de crédito no valor total de R$ 86 milhões, que estava parcialmente contingenciada. O saldo restante, de quase R$ 30 milhões, teria sido deixado em restos a pagar.

O vereador destacou que, conforme o depoimento da ex-gestora, mesmo com recursos em caixa, alguns valores a pagar não foram quitados devido a um bloqueio.

“Nós temos condições de saber, inclusive junto ao ente financeiro, por que houve o bloqueio, já que a prefeitura estava fazendo pagamentos normalmente. Queremos saber se houve algum entendimento por parte do órgão de controle, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou o próprio banco, sobre algum tipo de exagero nos pagamentos para justificar esse bloqueio”, afirmou.

Dudu citou ainda casos de fornecedores que, de acordo com Gardênia Brito, ficaram sem receber valores milionários por causa da medida.

“Teve fornecedor que tinha R$ 4 milhões a receber e teve o azar de, na hora dele, estar sendo bloqueado. Isso precisa ser esclarecido. Estamos falando de um pagamento de R$ 80 milhões no último dia de gestão, é uma conta alta”, completou.

O presidente da CPI disse ainda que será necessário aprofundar a análise sobre despesas escrituradas como restos a pagar e verificar o que foi efetivamente executado. Ele ressaltou que o atual prefeito, Silvio Mendes (União Brasil), já teria quitado parte dessas dívidas e que a comissão quer saber quais foram os pagamentos feitos.

“Queremos saber se ele, que falou em rombo, pediu alguma tomada de conta especial de algum contrato ou despesa para fundamentar essa afirmação”, disse.

Com o encerramento das oitivas de ex-secretários de Finanças, a CPI vai agora compilar os números e se preparar para ouvir os ex-gestores da área de Planejamento.

“Tem muita coisa a explicar nessa CPI. Vamos continuar investigando para saber se houve alguma irregularidade”, concluiu Dudu.

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