A seca prolongada em Paulistana (PI) tem causado impactos graves na agricultura e também na produção de mel, uma das principais atividades econômicas do município. Sem chuvas desde janeiro, rios e reservatórios estão quase secos e os apicultores relatam perdas significativas.
Com a falta de flores, a alimentação natural das abelhas foi reduzida. Para evitar a perda dos enxames, os produtores passaram a fornecer alimento artificial às colmeias, na tentativa de preservar a produção até a chegada das chuvas.
O Rio Pilões, importante para a região, está completamente sem água. Além disso, as barragens que abastecem a população estão em níveis críticos. A barragem do Batimaré, que atende comunidades de Paulistana e Acauã, por exemplo, opera com apenas 20% a 30% da capacidade, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura.
“Estamos vivendo um ano atípico. Tivemos perda total de 100% da agricultura familiar, milho e feijão, e agora também na pecuária pela falta de pasto e água. É uma realidade muito difícil”, afirmou o secretário de Agricultura, Lucas Brito.
Apicultura em crise
Paulistana é referência na produção de mel orgânico, com cerca de seis associações atuando na atividade. Porém, a estiagem comprometeu a floração, essencial para a alimentação das abelhas.
“No começo do ano tivemos uma pequena florada do mameleiro, mas foi só. Conseguimos apenas uma colheita. Depois disso, o clima não favoreceu e os enxames começaram a se desfazer. Muitas abelhas estão migrando para outras regiões em busca de alimento”, explicou o secretário Lucas Brito.
Para evitar perdas ainda maiores, criadores estão alimentando artificialmente as colmeias na tentativa de preservar os enxames até o retorno das chuvas, previsto para outubro ou novembro.
“Sem alimento e sem condições climáticas adequadas, as abelhas não resistem. O medo é perdermos parte significativa da produção e comprometer o próximo ciclo”, disse o secretário.
SECA NO PIAUÍ
Moradores denunciam água suja e com mau cheiro durante seca em São Raimundo Nonato
Seca extrema em Fartura do Piauí: criadores estão vendendo animais para salvar rebanho
Reservatório no Sul do Piauí atinge 10% da capacidade e prefeito diz que é a “maior seca do século”
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e entre no nosso Canal.
Confira as últimas notícias: clique aqui!