21 de outubro de 2025

Áudios revelam conversas entre criminosos que aplicavam golpes com planos de saúde no Piauí

A estimativa é de que pelo menos 200 pessoas tenham sido vítimas.
Editor
Publicado em 22/08/2025 16:11

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A Polícia Civil do Piauí divulgou áudios que mostram conversas entre criminosos envolvidos em um esquema de fraudes que utilizava o nome de um plano de saúde para aplicar golpes em beneficiários. A estimativa é de que pelo menos 200 pessoas tenham sido vítimas.

Em um dos diálogos, um dos suspeitos comenta a dificuldade em obter dados que convencessem as vítimas. Ao todo, foram cumpridos 80 mandados judiciais, entre prisões temporárias e buscas e apreensões.

“Aquela consulta lá que sai os dados sem ser do contrato, tipo nome e CPF. Que você joga a placa do veículo e diz qual é nós tem, mas não serve. O mais importante é o contrato. Quantos faltam. Que quando chamavam a gente já mandava os contratos e já era”, diz um dos investigados.

Em outro áudio, os criminosos discutem estratégias para evitar serem descobertos.

“Aqui é o seguinte. A gente só bloqueia e já era, nem fala nada para não descobrir que é fraude. Nem fala nada”, afirma.

Balanço da operação

O golpe ocorreu entre 2023 e 2025 e vitimou pelo menos 200 pessoas, sendo 40 delas no Piauí. Até o momento, 13 suspeitos foram presos nos estados da Bahia, Paraíba e São Paulo.

A ação faz parte da Operação Indébito, realizada com apoio integrado das polícias civis de oito estados: Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

Segundo o delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), o prejuízo pode chegar a R$ 500 mil. Além das prisões e buscas, a Justiça determinou o bloqueio de 43 contas bancárias ligadas aos investigados para garantir futuro ressarcimento das vítimas.

Com funcionava o esquema?

O grupo criava sites falsos e anúncios patrocinados na internet para atrair vítimas. Ao buscar serviços como a emissão de segunda via de boletos, o usuário era direcionado a páginas fraudulentas e, em seguida, a um atendimento falso pelo WhatsApp.

Veja como funcionava o golpe (Foto: divulgação/ Polícia Civil)

“O hacker criava sites de várias empresas, seja de plano de saúde ou de financiamento de veículos. Esse material era repassado para criminosos em São Paulo, que colocavam os sites no ar através do Google Ads. A vítima acessava, era redirecionada para uma conversa no WhatsApp, recebia o boleto falso e acreditava estar quitando uma dívida, mas o valor era enviado para uma conta laranja”, explicou Mácola ao portal ClubeNews.

O dinheiro era rapidamente transferido para outras contas, dificultando o rastreamento. O delegado orienta que pessoas que possam ter caído no golpe procurem a Polícia Civil.

“Você que possivelmente caiu nesse golpe procure a DRCI, faça o B.O Fácil, registre o boletim eletrônico ou compareça à delegacia. Assim, poderemos orientar e incluir seu caso na investigação”, concluiu.


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