
Tente imaginar: você acaba de chegar ao mundo. Há luz, há movimento, há vozes… mas tudo parece um borrão suave, como se estivesse olhando por uma janela embaçada. É assim que o bebê começa a enxergar — e é emocionante acompanhar como, dia após dia, esse borrão se transforma em rostos, sorrisos e cores vivas.
Primeiras Semanas: Olhando Só o Essencial
Nos primeiros dias, o bebê enxerga apenas a curta distância de um abraço — mais ou menos 20 a 30 centímetros. Coincidência? Nada disso. É a medida exata para que ele veja, ainda que de forma borrada, o rosto de quem o acolhe no colo. O olho ainda é muito pequeno em tamanho e por isso ainda tem uma alta hipermetropia, que é normal nesta idade. As cores? Quase não existem ainda, o mundo é feito de contrastes claros e escuros. Mas para ele, aquele contorno do seu rosto já é o suficiente para se sentir seguro.
Entre 1 e 2 Meses: O Primeiro Contato Verdadeiro
Por volta de um mês, algo mágico acontece: o bebê começa a sustentar o olhar. É quando ele segue, ainda com certa dificuldade, o seu dedo se movendo devagar ou o chocalho que balança na frente dele. Pouco depois vem o famoso “sorriso social”. Diferente dos sorrisos reflexos das primeiras semanas, esse é uma resposta a um estímulo social de interação com outras pessoas (por exemplo, quando alguém canta ou fala com ele, o bebê sorri!). Ele ainda não é capaz de ver detalhes ou reconhecimento de longa memória, mas consegue identificar rostos familiares, principalmente pela combinação de estímulos visuais e auditivos.
Dos 3 aos 4 Meses: O Mundo Começa a Ganhar Vida
Agora, as cores começam a aparecer com mais força. Tons vivos, como vermelho e amarelo, chamam atenção. Ele já movimenta os dois olhos juntos e começa a entender a noção de profundidade — algo que, daqui a alguns meses, vai ajudá-lo a tentar alcançar brinquedos… e o que mais estiver ao alcance das mãozinhas curiosas. Neste momento há o reconhecimento pleno, com memória visual e ele começa a reagir de maneira diferente aos rostos familiares: pode sorrir mais rápido ou ficar mais atento quando vê alguém que reconhece
Aos 6 Meses: Quase Como um Adulto
Com meio ano de vida, a visão já está bem mais nítida. Ele reconhece rostos conhecidos mesmo à distância e estende as mãos com precisão para pegar o que deseja. É também nessa fase que vale muito a pena fazer a segunda avaliação oftalmológica preventiva (a primeira sempre deve ser o teste do olhinho, nas primeiras semanas de vida), mesmo que tudo pareça bem. Afinal, alguns problemas só um exame especializado consegue detectar.
Como Estimular a Visão do Bebê
- Olhe nos olhos dele e sorria durante o banho, a amamentação ou a troca de fraldas.
- Ofereça brinquedos coloridos e troque-os de posição.
- Movimente objetos devagar para que ele aprenda a acompanhar com o olhar.
- Deixe-o explorar o chão com segurança — coordenação olho-mão também se constrói assim.
Fique de Olho Nestes Sinais
Converse com o pediatra ou oftalmologista se perceber que:
- Após 2 meses, ele não fixa o olhar em nada;
- Depois dos 4 meses, um dos olhos continua “torto” ou “vesgo” constantemente;
- Ele não acompanha objetos em movimento após 3 meses;
- Há reflexos estranhos nas pupilas, como um brilho esbranquiçado.
O desenvolvimento da visão nos primeiros meses é um espetáculo silencioso e cheio de emoção. Cada olhar que se aprofunda, cada sorriso que surge, cada mãozinha que tenta agarrar o que vê… tudo faz parte de um processo único. E cabe a nós, adultos, garantir que essa janela para o mundo se abra com toda a nitidez e beleza que a vida pode oferecer.
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