
Pescadores participaram, nesta quarta-feira (17), de uma capacitação promovida pela Defesa Civil de Teresina voltada à segurança e à prevenção dos trabalhadores que irão atuar na retirada de macrófitas aquáticas (aguapés). As atividades operacionais do projeto estão previstas para começar ainda em setembro. O treinamento foi realizado no auditório do Jardim Botânico, no bairro Mocambinho.
Durante a capacitação foram abordados temas como segurança e saúde no trabalho aquaviário, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), prevenção de acidentes e condutas seguras em embarcações. Também foram apresentados procedimentos operacionais padronizados, técnicas para medir a biomassa, registros de campo e formas de integrar o conhecimento técnico às práticas locais de manejo.
A ação faz parte do Plano de Trabalho 2025 e atende às exigências do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a empresa Águas de Teresina, vigente entre 2025 e 2033, ou até que seja alcançada a meta de 90% de cobertura da rede de coleta, como medida de preservação e prevenção para o rio.
“Tapete verde”
O rio Poti voltou a ser tomado por aguapés, plantas aquáticas que se alimentam de resíduos orgânicos provenientes de esgotos e resíduos que chegam às águas sem tratamento.
A invasão de aguapés no rio tem afetado o trabalho de pescadores em Teresina-PI. O avanço excessivo da proliferação da planta transformou o rio em um verdadeiro tapete verde. Entre as consequências estão a morte de peixes pela falta de oxigênio e a dificuldade de deslocamento de quem depende da atividade para o sustento.
O que os especialistas dizem
A ambientalista Ana Marçal explica que durante o período de diminuição ou escassez de chuva, o rio fica com menos volume e com uma menor correnteza, fazendo com que os aguapés se estabeleçam no local por um tempo maior.
“Por ele se alimentar de resíduos orgânicos, ele é considerado um indicador de poluição. Quanto maior sua quantidade maior, maior é a poluição do recurso hídrico. Trazendo para nossa realidade, o Rio Poti possui uma quantidade maior de aguapés do que o Rio Parnaíba, porque o Parnaíba tem correnteza o ano todo, não por ser considerado menos poluído ou não”, explica.
A especialista reforça que, para minimizar os impactos negativos do crescimento desenfreado dos aguapés, é necessária uma política pública contínua de saneamento básico, tanto no período de chuvas quanto no período do B-R-O BRÓ.
O ambientalista Dionísio Carvalho ressaltou que o desequilíbrio ambiental no rio Rio Poti é resultado da falta de fiscalização, sobretudo ligações clandestinas.
“Esse processo se dá também à poluição por conta, principalmente, das ligações clandestinas. Hoje, quase tem 59% de saneamento a cidade. Não faz sentido a zona Leste de Teresina, que tem saneamento, estar escorrendo água pela drenagem pluvial. Em plena época seca aqui, está descendo água de esgoto, água de banheiro. É alarmante”, explicou.
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