
Um levantamento do MapBiomas mostra que o Piauí ocupa a terceira posição no ranking nacional de desmatamento para implantação de painéis solares. Em nove anos, a expansão dessas usinas resultou em um aumento de 17,35% na perda de vegetação nativa. São Gonçalo de Gurgueia, a 776 km de Teresina, está entre os dez municípios do Brasil que mais perderam Caatinga para usinas solares, com 1.717 hectares suprimidos entre 2016 e 2024.
A Catinga no estado já vinha sofrendo pressões de atividades como agropecuária, mineração e produção de lenha e carvão. Agora, as usinas solares surgem como mais uma ameaça ao único bioma exclusivamente brasileiro, ampliando os índices de desmatamento no Piauí.
De acordo com o estudo, em 2016 os painéis solares ocupavam 264,11 hectares no Semiárido piauiense. Em 2024, a área chegou a 3.788,54 hectares, o que representa um crescimento de 17,35%. Com isso, o Piauí passou a ocupar o segundo lugar no Nordeste em perda de Caatinga para usinas solares.
No ranking nacional, o Piauí está em terceiro lugar entre os estados que mais perderam Caatinga para usinas solares entre 2016 e 2024. Minas Gerais lidera com aumento de 59,84%, seguido pela Bahia (25,48%). Depois do Piauí, vêm Rio Grande do Norte (16,27%), Ceará (14,77%) e Pernambuco (12,22%).
O crescimento das usinas solares no Brasil começou em 2016, com 822 hectares ocupados por instalações de médio a grande porte voltadas à geração de energia elétrica por conversão direta da luz solar, com foco comercial.
Em 2024, essa área já era de 35,3 mil hectares. Quase dois terços (62%, ou 21,8 mil hectares) estão na Caatinga; cerca de um terço (32%, ou 11,2 mil hectares) fica no Cerrado; e 6% (2,1 mil hectares) está na Mata Atlântica. Juntos, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte possuem 74% da área mapeada com usinas fotovoltaicas em 2024: 25,9 mil hectares”, diz o relatório.
Desse total, 13,1 mil hectares, ou 37% de toda a área ocupada por usinas fotovoltaicas no Brasil, estão em Minas Gerais. Quase metade (44,5%, ou 15,7 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era formações savânicas e 36,6% (12,9 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era pastagens.
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