Após reforma, permissionários denunciam aluguel de até R$ 2.400 no Mercado do Renascença II em Teresina
Os permissionários têm receio de retomar as atividades, pois o instituto responsável pela gestão do mercado está cobrando mensalidades consideradas altas.
Após cerca de cinco anos fechado para reforma, o Mercado do Renascença II foi reinaugurado no mês passado, mas permanece de portas fechadas, com operários ainda trabalhando no local. Além da demora na entrega da obra, os permissionários reclamam do valor cobrado pela prefeitura para utilização dos boxes. O espaço é localizado no bairro Parque Ideal, zona Sudeste de Teresina.
De acordo com os comerciantes, o instituto responsável pela gestão do espaço está cobrando mensalidades consideradas altas, o que gera receio em retomar as atividades. Em alguns casos, as taxas ultrapassam R$ 2 mil por mês. Segundo os permissionários, durante os primeiros seis meses o valor estabelecido é de R$ 1.200. Após esse período, com o contrato prorrogado, a taxa sobe para R$ 2.400.
Francisco Costa, presidente da comissão de permissionários, relata dificuldades com as novas regras e afirma que o contrato apresentado contém cláusulas abusivas.
“Ficou acordado que eles trariam a minuta do contrato para análise. Ela foi lida e os permissionários não aceitaram. Fizemos uma assembleia no domingo, onde a proposta foi rejeitada. Tivemos uma reunião com Isaac Menezes, que se comprometeu a levar os pontos negativos ao prefeito Silvio Mendes”, afirma Francisco.
Francisco Costa, Presidente da comissão de permissionários (Foto:TV Clube)
Maria do Socorro trabalha há 25 anos no mercado vendendo cheiro-verde. Ela afirma que não conseguiu um box e foi impedida de continuar vendendo em sua banquinha de madeira:
“Disseram que eu não posso botar a banca aqui, porque o mercado já está pronto. E eu não ganhei um ponto [box]”,afirmou Maria.
Maria do Socorro, permissionária (Foto:TV Clube)
Prefeitura de Teresina se manifesta
Segundo o superintendente da SDU Sudeste Isaac Menezes, esse modelo será implantado em todos os mercados públicos da cidade, por meio de um instituto sem fins lucrativos, o mesmo que administra o Shopping da Cidade, localizado Centro de Teresina.
“Todos os mercados públicos não se sustentam. A população acaba arcando com os custos de pessoas que realizam atividades particulares em áreas públicas”, relata Isaac.
A proposta prevê carência de três meses com 100% de subsídio. Após esse período, há desconto de até 60% até o sexto mês. O valor final varia conforme o tamanho de cada box.
Superintendente da SDU Sudeste, Isaac Menezes (Foto:TV Clube)