7 de outubro de 2025

Terapia por ondas de choque de baixa intensidade: um avanço promissor para a saúde urológica masculina

Urologia
Publicado há 1 hora

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Terapia por ondas de choque (Foto: Reprodução)

No campo da medicina, inovações surgem constantemente com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Uma dessas terapias emergentes que tem ganhado espaço na urologia é a Terapia por Ondas de Choque de Baixa Intensidade (LISWT, na sigla em inglês).

Originalmente desenvolvida para tratar feridas crônicas e doenças musculoesqueléticas, essa técnica chamou a atenção da comunidade científica por sua capacidade de induzir a formação de novos vasos sanguíneos (neovascularização) em tecidos com oxigenação reduzida, uma condição conhecida como hipóxia tecidual.

Aplicações urológicas

Na urologia, a terapia tem sido aplicada principalmente em três condições:

  • Disfunção erétil de origem vascular
  • Doença de Peyronie
  • Síndrome da Dor Pélvica Crônica / Prostatite crônica

1. Disfunção Erétil

Em casos de disfunção erétil, as ondas de choque promovem a ativação de fatores de crescimento vascular, melhorando o fluxo sanguíneo peniano. Além disso, há evidências laboratoriais de que podem estimular a regeneração dos nervos do pênis.

Segundo uma revisão da Sociedade Europeia de Medicina Sexual, a Terapia por Ondas de Choque de Baixa Intensidade pode melhorar os parâmetros hemodinâmicos da ereção em homens com disfunção erétil vasculogênica. Embora os resultados a longo prazo ainda não estejam totalmente definidos, trata-se de uma alternativa terapêutica segura e promissora, inclusive como opção de primeira linha para pacientes que não desejam ou não respondem ao tratamento medicamentoso oral.

2. Doença de Peyronie

A Doença de Peyronie é caracterizada por fibrose peniana e curvatura do órgão. A aplicação de ondas de choque demonstrou benefícios limitados na redução da curvatura, mas pode ser útil para alívio da dor, especialmente na fase inicial da doença. A melhora na circulação local e o potencial anti-inflamatório das ondas explicam esse efeito.

3. Dor Pélvica Crônica

Pacientes com prostatite crônica ou síndrome da dor pélvica crônica também podem se beneficiar da Terapia por Ondas de Choque de Baixa Intensidade. Estudos apontam melhora nos sintomas e na dor no curto prazo, embora a eficácia sustentada a longo prazo ainda demande mais estudos.

Segurança e perspectivas futuras

O tratamento com ondas de choque de baixa intensidade é considerado seguro, com baixíssimo risco de efeitos adversos. Até o momento, é o único tratamento regenerativo disponível para disfunção erétil, atuando não apenas nos sintomas, mas na causa vascular do problema, com intenção de cura.

No entanto, como destacado pelos autores da revisão científica europeia, mais estudos de longo prazo — acima de 18 meses — são necessários para confirmar a durabilidade dos benefícios clínicos.

Essa abordagem tecnológica representa um novo horizonte para a urologia, oferecendo esperança a pacientes que buscam alternativas eficazes e menos invasivas para problemas que impactam profundamente a qualidade de vida masculina.

Dr. Giuliano Aita, membro do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia


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